quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Tere mast mast do nain...

...mere dil ka le gaye chain
...mere dil ka le gaye chain
...tere mast mast do nain.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Letras raras, encontrei vocês! HÁ!

Quando eu estava viciada em bandas de rock inglesas dos anos 60, não conseguia encontrar as letras das músicas de algumas mais desconhecidas. Uma com a qual acontecia isto com frequência era a The Easybeats, e também a Manfred Mann. Daí que esses dias encontrei um site com algumas das letras que eu mais buscava deles!

Sério, isto é mais emocionante do que parece. Duas músicas especais:



Olha, o que isso me traz de lembranças dos meus 16 anos não é possível nem lembrar. Eu me divertia sozinha em casa com meu Windows Media Player, gente.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sarah Records - Another Sunny Day

Estou descobrindo a história de uma gravadora chamada Sarah Records. Comecei em 2009 com a banda Another Sunny Day, e continuo no mesmo álbum dela. Me lembra The Smiths, mas não em todas as músicas. Lembra muito em You Should All Be Murdered:



Fora esta, só lembro mais de Anorak City:


Fora por estas duas, não consigo passar muito tempo ouvindo o álbum deles, London Weekend. Hoje ouvi uma tal de Rio que me pareceu boa, mas não prestei muita atenção. Tenho dificuldades em prestar atenção a muitas músicas.

Parece que as os músicos da Sarah Records eram indie tristes cantando sobre garotas que não teriam. Depois vou ouvir outras bandas e formar uma opinião sobre esses chorões talentosos.


Ps: não me considero problemática por gostar de uma música chamada "Vocês todos deveriam ser assassinados".

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Assumir novos lugares

Não foram poucas as vezes nas quais senti que eu já era tudo o que poderia ser, que não valia a pena tentar fazer diferente,  mesmo que houvessem promissoras novas possibilidades. Na internet há muitos lugares onde temos de nos descrever, e eu costumava me prender às descrições que fazia. No meu Last.FM, por exemplo: minha descrição dizia que eu era beatlemaníaca. Quando as pessoas vinham ao meu perfil atraídas por aquele fato, eu não conseguia me desprender dele. Não falava que era fã de músicas indianas, que gostava de músicas das Chiquititas, que achava as bandas inglesas dos anos 60 todas iguais e mesmo assim amava todas. Naquele lugar, a posição que assumi era a de uma beatlemaníaca. Não valia a pena gastar energias falando de outras coisas.
            
Esta minha atitude foi mudando a nível de descrições em internet e até poucas horas atrás, eu pensava que também era a nível de outras áreas da minha vida. Porém deve fazer 40 minutos que não penso mais assim. Acabei de assistir a um filme clássico chamado O Mundo de Apu (Apur Sansar), de Satyajit Ray. É o terceiro filme da mundialmente aclamada Trilogia de Apu. Agora terei de contar partes do filme, certo? Bem, neste último filme vemos Apu já adulto. Ele é uma pessoa muito vibrante e encantadora, e não desiste de seu sonho de ser escritor, mesmo enfrentando sua pobreza. É muito interessante ver que ele não está iludido: ele sabe das dificuldades, porém encarou a realidade e decidiu o que quer tentar fazer. Há belo um momento em que ele está contando de um personagem sobre o qual está escrevendo, que não é ninguém além dele mesmo. Ele diz:

Suas dificuldades não terminavam. Continuava na pobreza. Mas isso não o desanimou. Um dia se deu conta que deveria enfrentar a realidade. Ele não quer fugir da vida, não quer escapar. Ele está realizado, quer viver!”

Ele sabe que é difícil, sabe que vai sofrer neste caminho. Mas à essas dificuldades, assim como aos momentos mais alegres, ele chama de vida. E nestes momentos ele também está realizado. De todo modo, o Apu me parece ter medo de se desapegar de quem ele pensava ser. No início do filme ele se via como um escritor livre, que poderia tentar o que quisesse por não estar compromissado com ninguém. Acontece uma situação inesperada na qual ele tem de escolher se casava ou não com uma moça. Mesmo assustado, ele se casa. Então repentinamente se vê na vida de homem casado, lugar no qual ele não se imaginava. E foi nesta vida em que aconteceu o que ele não esperava, que era conseguir escrever mais. Ele se apaixonou pela esposa, e esta situação abriu portas para que o “Apu marido” se manifestasse. Ele gostou desta posição. Acontece que um dia, sua esposa morre ao dar à luz ao primeiro filho deles. Apu ficou tão transtornado que fiquei comovida: não comia, não dormia, não saía de casa, e, o pior: não conseguia se ver no papel de “Apu pai”. O modo como ele deixou o filho de lado foi muito triste, mas no fim ele acaba indo conhecer o menino (já com 5 anos) para deixá-lo com outras pessoas, mas percebe que a possibilidade de ser pai também existe para ele. A pessoa que era apenas o “Apu escritor” conseguiu assumir mais duas grandes posições na vida, e umas não anulavam as outras.
            
Não consigo mais me ver em outras posições, estou implorando por estabilidade – mesmo não gostando da posição em que estou. No momento tudo na minha vida gira em torno de ser universitária, e não quero me esforçar na busca de outras posições. Não consigo me ver na posição de namorada/esposa de alguém, na posição de alguém que trabalha e tem sucesso... e isto está me incomodando. Eu não sei como sair disto, como não ver a possibilidade nova e sair correndo. Não digo que queira exatamente fazer essas duas coisas, mas o modo limitado como venho me percebendo não me agrada por eu saber que posso ser mais. Na verdade, o que sou agora é resultado de eu ter encarado uma nova possibilidade, assim como ocorreu com o Apu. Eu gosto muito de tudo o  que aconteceu comigo, então sinto medo de estar perdendo algo novo que poderia ser sensacional. Como o Apu, quero conseguir me encontrar em novos lugares. E eu realmente pensava que estava conseguindo fazer isto.

E sempre há muito mais para pensar do que eu imaginava.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Por que?³

Por que a universidade pública é tão afastada do público? Por que tenho que ficar em discussões sobre como a sociedade deveria/poderia ser ao invés de falar do que ela é e do que posso fazer por ela? Por que discussões sobre algo que vejo todo santo dia - gente - sempre chegam a pontos tão cheios de falas difíceis que sinto não estarem mais falando de algo concreto? Eu sou tão burra assim?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ah, Psicanálise



Aqui colocando os arquivos do Don (filme) no Megaupload, ouvindo Alisha Chinai toda sexy no touch me-don't touch me - don't touch me soniye, enrolo para ir ao estágio. A preguiça é antiga companheira da pessoa que aqui escreve.


Não é apenas preguiça de sair de casa logo em dia sem aula, é um pouco mais complicado: meu estágio é todo baseado em Psicanálise. Discutimos o trabalho de campo com base em Psicanálise, nossos textos do grupo de estudos são de Psicanálise, nossas supervisoras são psicanalistas. O pequeno problema é que não suporto Psicanálise.

Certo, não é não suportar de modo algum...até que consigo ler as coisas normalmente e falar do assunto. No início do ano eu até estava gostando bastante, mas agora não aguento nem a perspectiva de ouvir a palavra Freud. Tenho que estudar Freud às segundas, terças, quartas e quintas. É muito tempo próximo de algo de que não se gosta, não? Poxa, até que tenho motivos para reclamar.

E Freud fica tão chato em uma certa hora, gente. Não acho que ele disse coisas inúteis, até entendo com muito do que disse, e mais do que isso: acredito em muito. Só não quero lidar com Psicanálise na minha vida profissional, e estar numa faculdade que prioriza isso é muito frustrante. Ao menos lá no estágio tenho as crianças para fazerem meu dia menos chato (e mais mágico), mas no dia de supervisão é chato passar a vida com Freud.

Ando gostando de Piaget e Vygotsky, que são meio opostos. Não me preocupo com isso, até tirei algo dessa preferência: gosto de autores mais objetivos, que não pareçam estar falando grego. É tanta Psicanálise todo dia na minha cabeça que estou me sentindo até um pouco culpada por estar escrevendo tudo isto. Na terça passada eu estava contando a um rapaz lá da faculdade que não gosto de Psicanálise e que gosto de Psicologia Cognitiva, ao que ele - até sorrindo - respondeu que gosto de algo que é realmente eficaz, mas que não é Psicologia. Sinto que ele não estava aceitando bem o fato de eu não gostar de Psicanálise, talvez pensando que eu tinha recalcado alguma coisa, ou sei lá o que. Eu deveria ter dito a verdade: acho que nunca gostei, só considerava divertido enquanto não sabia bem o que era. Passada a fase da descoberta, cansei. Ponto.

Vou lá arrumar minha roupa, acho que vou me atrasar...e nem fiz o relatório da creche. Na verdade, ainda não fiz nenhum neste semestre. Vergonha, Carol.

Cai fora, pô.


Minha música dos últimos dias:


Ó companheeeeeeeeeeeeira, não sei viver sem vocêêê

Até!

domingo, 3 de outubro de 2010

O primeiro voto

Hoje irei votar pela primeira vez. Estou sentindo um frio na barriga e animação, que só são intensificados pela chuva que agora cai no Rio.

Gostava muito de política quando era criança e também quando adolescente. Eu assistia tanto horário político na infância que às vezes havia uma brincadeira na família de ficar me perguntando os números de todos os candidatos, pois eu sabia quase todos de cor. Minha mãe sempre me levava para votar junto com ela e eu me sentia muito importante ao teclar os números na urna eletrônica, principalmente porque minha mãe sempre me ouviu antes de decidir seus votos. Esperava ansiosamente pelo dia em que eu poderia votar por mim mesma.

Por mim eu teria tirado meu título aos 16 anos, mas por algum motivo desconhecido, minha mãe não permitiu. Até hoje ela não me diz porque, mas creio que ela só não queria que eu tivesse de me deslocar. Assim que fiz 18 me tornei eleitora, mas não havia mais em mim aquela animação de antes. Tive muitas desilusões políticas já novinha, e elas tiraram muito da graça daquele momento que seria tão importante para mim. Em 2010 não assisti a nenhum horário político e nem pesquisei sobre os candidatos, como sempre planejei fazer para o meu primeiro voto. Simplesmente olhei a lista de candidatos para todas as vagas e fui riscando quase todos. Senti tristeza enquanto fazia isso, mas me parecia o correto. Nunca quis anular meu voto por acreditar que ainda há muita gente que não recebeu sua chance de tentar mudar o que temos, e é gente com a ficha limpa. Ainda assim, duas opções minhas irão para a legenda: um dos senadores e deputado estadual.

Até agora não estou satisfeita com os candidatos ao senado do Rio de Janeiro, mas tem um que ultrapassa isso: ver seu nome na lista me dá náuseas. Um ou outro eu poderia até escolher por ser "menos pior", mas minha desilusão com a política não conseguiu me jogar nesse nível de pensamento. O primeiro critério que usei para decidir todos os meus votos foi o do partido, depois vinha a pessoa. Hoje olhei minha lista final e só havia dois partidos nela. Revolucionários, até - ou talvez. Se podem fazer alguma coisa, não sei...nunca lhes deram a chance. Não estou satisfeita com o que temos hoje, então pensei que seria bom fazer parte do time que está tentando lhes dar essa chance.

Mesmo não sabendo mais o que está acontecendo e o que estão propondo, sinto paz pelas decisões tomadas. Espero voltar a sentir vontade de estudar política nas próximas eleições. Até lá, só digo aos candidatos escolhidos que sinto orgulho em dar meu primeiro voto a eles.

Até mais!

domingo, 29 de agosto de 2010

Meus pés

Uma coisa que eu queria mudar em mim é a mania que muitas vezes tenho de me vitimizar. Acho que todos devem fazer isso uma vez ou outra e talvez não se incomodem, diferentemente de mim Quando me ponho em posição de vítima numa situação em que poderia ter sido diferente, no final sempre me conscientizo do papel que fiz e me sinto ridícula.

O que não é raro de acontecer é eu estar em um grupo que é muito diferente de mim e me sentir perdida nele. Seria mais inteligente se eu convivesse e aprendesse com aquelas pessoas e também contribuísse com novos pontos de vistas para elas também ganharem algo novo. E lá é isso que faço? Claro que não. Na maior parte das vezes acabo me encolhendo tanto a ponto de nem ter mais noção de mim, odiando esta sensação e culpando aquelas pessoas por estar sentindo isso. É tão ridículo, é tão bobo, é tão imaturo. Como evitar tudo isto eu não sei, por enquanto só faço um exercício diário de auto policiamento de como me porto frente ao mundo. Ao menos este esforço deve significar alguma coisa...tem de significar alguma coisa.

Não desejo chegar aos 80 anos e perceber que fui uma daquelas pessoas que passou a vida culpando os outros por tudo de ruim que me aconteceu. Desejo olhar para cada passo dado com consciência de que foram meus, mesmo que tenha sido acompanhada em algumas partes do caminho. Eram meus pés. São meus pés.

Essa vida adulta, hein? Ô barra.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Carnaval em Bollywood




Nada, só uma música que adoro do filme All The Best: Fun Begins de 2009. Só assisti a uma meia hora de filme e ele é uma bobagem, mas esse clipe inicial é tão legal! Um negócio doido e comercial, cheio de cores e influências carnavalescas...gosto demais. É só para curtir, então...faça isso.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Lista do que não gostei em Paathshaala

                             
                                                  (Índia, 2010)


1) Não entendi qual era o problema de pele do garotinho que brincava com os cachorros.


2) Não entendi a importância das aulas de música na escola.


3) Não lembro de nenhuma música além de Aye Khuda (que é linda).


4)  Não se resolveu a história da menina apaixonada pelo professor.


5) O diretor submeter às crianças àquele regime de exploração.


6) A fotografia(é isso?) é meio deprimente...se for isso mesmo.


7) Ayesha Takia ficou estranha com aquele cabelo...ele a deixou com cara de chatinha mimimi.


8) Shahid Kapoor ficava meio marrento às vezes.


9) Não entendi qual é a da crítica ao sistema educacional...nem aprenderam a fazer direito como 3 Idiots.


10) Shahid não atravessou a tela para me pedir em casamento.



O que eu gostei:



                                    




Ô manhê, o Shahid tá me seduzindo de novo!

sábado, 24 de julho de 2010

Poema

"Sem querer"
                    Escrito por Laura Sena



Eu quero um dia de sol

Durante o inverno

E alguém que me jure

O seu amor aterno 



Eu quero um céu de morango

E uma geléia 

Feita de azul

Aprender a nadar

Uma viagem pro sul 



Eu quero a paz mundial

E que a pipoca tenha mais sal

Dormir no sofá 

Não ter mais que estudar 



Eu quero achar meu fim e começo 

E que tudo pare de ter um preço

Ter a mente sã 

E balinhas de hortelã 



Eu quero viver numa tribo

Que alguém venha dançar comigo

Viver em perigo

Ter um melhor amigo 



Eu quero fazer bolhas de sabão

Dirigir na contra-mão

Catar conchinhas 

Dormir com as galinhas 



Eu quero pintar a rua com giz

Sapatos de verniz

Botar os pingos nos is

E criar o meu final feliz


Às vezes o que se escreve aos 10 anos faz todo o sentido aos 18, Laura :D

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Parabéns atrasado pra mim :]

Ops, acabei de ver que há 10 dias fiz 2 anos de Blogger. Parabéns pra mim, a Miss Ausência 2010.


Shahrukh Khan me ama e não pôde deixar de me prestigiar num momento tão especial, não reparem.

Pode ter musiquinha de aniversário? Vai meu vídeo favorito da última semana, amo tudo nele:

Agora vou parar de gracinha. Obrigada a quem já leu o que eu disse por aqui, é muito importante para mim.

Até mais(de novo)!





A casa alheia e o blog alheio

Às vezes eu acordo de manhã e me sinto triste por perceber que não estou em casa. Parece que eu estou num quarto todo branco, numa casa toda branca onde as pessoas andam de branco e eu estou vestindo outra cor. As roupas dentro do guarda-roupa não são as minhas, os sapatos espalhados não são os meus, a música alta não é a minha.

Para o tipo de pessoa que eu sou, o mais difícil é a necessidade constante de não dar trabalho. Se não estou com fome e minha tia quer que eu coma, eu o faço para que ela não se magoe. Eu estou na casa dela e sou tratada como mais que uma filha, não posso ao menos fazer algo tão pequeno por ela? Sempre faço concessões às pessoas, mas era mais legal fazê-las porque eu sentia vontade e não por achar que é minha obrigação. Isso me faz sentir uma pessoa má. Ao menos a sensação não é constante.

É egoísta ficar pensando nessas coisas todas, mas entrei num momento de aceitar que o egoísmo também faz parte de mim(ô fase difícil). Sendo assim, não consigo deixar de pensar que se alguém quisesse me dar qualquer coisa do mundo hoje, eu pediria um daqueles dias em que eu ficava em casa sozinha dançando Deewangi Deewangi em alto volume. Depois eu poderia voltar pro agora, só precisava de um pouquinho daqueles momentos.

Bá, nem estou mais triste agora. Esse que é o legal de escrever (comendo pipoca), vai me deixando mais leve (emocionalmente, claro). Aliás, estou voltando para o tal estado de graça do qual "falei"(post estranho, não?) da última vez. As férias me fazem um bem absurdo, ainda mais quando combinadas a atitudes superbonitaseuhuul dos meus amiguinhos. Aliás, nesse processo todo de mudança de casa todos os meus amigos foram absurdamente importantes, tanto os da internet quanto os da "vida real"(oi?). Numas horas de tristeza forte que vem do nada, o telefone toca e é Klô. Passamos umas 3 horas(sério) conversando sobre qualquer coisa, depois passamos a falar sobre as saudades da escola e no fim eu fico feliz, leve. Minha tia sempre percebe minhas mudanças depois que falo com meus amigos, acho que ela vê que pareço mais calma. Bom, eu acho.

Com o pessoal da internet é mais tenso porque ando com vontade de vê-los e não gosto de querer isso(eu sou ridícula, olá). Quando tudo ainda está no nível do "estamos na internet, fiquemos na internet" eu me sinto na minha zona de segurança e tudo está bem. No nível "estamos na internet, mas por que só na internet ?" que me ataca às vezes mora o perigo. Tem que tomar cuidado para não se deixar levar totalmente pelas emoções, gente. É a situação mais fácil de cair, mas traz as consequências mais devastadoras e é a mais difícil de sair.

Eu realmente gostaria que alguma pessoa que passasse por aqui entendesse o que eu estou tentando dizer(talvez nem eu entenda bem) e se identificasse. É tão bom encontrar alguém passando pelo mesmo que nós, não importa o quão boba seja a situação. Digo isso porque apesar de eu fazer uns posts muito pessoais, já passei pela situação de passar rapidamente por posts parecidos em outros blogs e sentir aquela coisa boa da identificação. Aliás, um desses momentos foi no blog não mais existente da Isa. Caí no blog dela sem querer e mal lembro do que estava escrito, mas eram coisas pessoais sobre escola e família das quais gostei muito de ler, além de me identificar com outras. Meses depois eu fiquei amiga dela e só depois percebi que era a mesma pessoa - lindo momento, pena que o blog não mais exista. Bem, então de um certo modo eu escrevo isto aqui para essas pessoas anônimas que ficam pulando de blog em blog sem nem lembrar qual era o nome do último, mas que guardaram algo de cada um deles em si.

Até mais!

Estado de graça, parte 38873632

É simples: eu amo meus amigos. Eu sou quase sempre malvada, irritante, reclamona e mal educada com eles, mas eu também tenho um coração. E na maioria das vezes eles estão nele.

Sem mais,

Carolyne.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Linda

  Waheeda Rehman ♥
                                                      
                                                         

domingo, 20 de junho de 2010

Devaneando e xingando

Eu pensava que chegaria aos 18 anos, me sentiria muito adulta e toda a confusão sumiria. Não tinha muitas dúvidas de que aconteceria, sabe? Era o motivo secreto de a idade 18 ser tão especial, um dos segredos do mundo que eu havia desvendado bem cedo (I'm a genius).

Meio estranho isso: muito está resolvido e apesar de ainda haver muita confusão, há uma calma interna que me era desconhecida. Eu sei que não sei e pode ser que nunca saiba, mas não é algo que me incomode tanto. Por que a gente passa toda uma adolescência se preocupando com isso?

Enfim, momento de tranquilidade mil. Bem diferente de hoje cedo, quando xinguei com a boca mais suja do mundo todos aqueles jogadores da Costa Do Marfim que estavam espancando nossos meninos em campo. O árbitro, então...deve ter sentido a ira de uma nação mesmo que à distância. Isso que dá expulsar quem não fez nada! Não mexa com o Kaká, humpf.

Devaneando.

Vi Badmaash Company hoje...fiquei feliz, apesar da barulhada que estava aqui em casa.

Devaneando.

Até!

Ouvindo agora:

terça-feira, 25 de maio de 2010

Enquanto isso, na creche...

Hoje, 25/05/2010.

Menina no meu colo aponta para o céu:

-Tia, olha a lua!
-É, a lua...
-Tia, eu quero ir lá.
-Onde, na lua?
-É!
-É muito, muito longe.Você vai quando crescer, tem que ficar bem grande.
-É, eu quero ir.
-O que você vai fazer lá?
-Eu vou...- fica pensando.
-Vai dar tchau pra tia?A tia vai estar aqui na sala, te vendo daqui mesmo.A tia vai estar beeem longe.
-É, eu vou dar tchau pra tia!Tia, o Gabriel quando ficar bem grande vai lá na lua.Aí ele vai dar tchau pra tia.


Eu sou muito boba.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Fala ae.

Eu ando bastante estressada, principalmente nas últimas duas semanas devido a um seminário sobre Foucault que meu grupo e eu teríamos de apresentar hoje em Psicologia da Percepção. Eu estava em crise, não tínhamos quase ideia nenhuma do que falar. Me sentei lá na frente e simplesmente não falei uma palavra que fosse durante toda a apresentação, além de ter ficado olhando para o chão.

Depois do seminário a turma deveria começar uma discussão que fosse suscitada por ele. Não sei como, mas acabamos falando sobre o nosso curso: o que achamos importante ou não, o que deveria sair ou ficar. Comecei a sentir tristeza...desde o início do terceiro período, não tenho lembrança de um dia em que eu não tenha me juntado com um bando de pessoas para reclamar do curso. Psicologia lá na faculdade está subjetiva demais, filosófica demais, "pode ser isso ou não" demais. Eu mesma não sabia disso, mas preciso de coisas palpáveis. Não digo que precise ficar num laboratório vendo células ao microscópio, mas não estou conseguindo mais suportar passar uma ou duas horas de aula com toda uma turma discutindo Filosofia e ao fim de todo o embate surgir alguém que diz coisas como: "Bem, pode ser isso ou aquilo.Pode ser qualquer coisa.Pode não ser nada.Aliás, o que é o nada?E o ser?E o que é poder?". Não dá, não pode, não quero. Calem as suas bocas por um segundo que seja, por Deus!E nem pensem em questionar a existência de Deus em pleno momento de raiva Juvenil!Não questionem...não pensem!Ou pensem, mas só CALEM ESSAS BOCAS!

Nunca sequer cheguei atrasada à uma aula de Psicologia Da Percepção, e tudo em que eu conseguia pensar era em matar aula para não me desesperar quando a professora começasse a falar de Filosofia outra vez. Virei para a Flávia(outra descontente) e disse:

-Vamos matar aula?

Ela, linda que é, concordou animadamente. Nem acreditei, fiquei tão feliz!Não teria coragem de sair da sala sozinha, de todo modo. Só sei que íamos eu e ela para o Teatro de Arena( no prédio de Economia, logo em frente) para ficar reclamando da vida, quando Mila se juntou a nós. E ficamos as três reclamando do curso e das pessoas da Psicologia por uma hora ou mais. Eu só me sentindo mais triste, com mais peso nos ombros e vendo menos opções praticáveis no horizonte. Hoje um colega me desejou bom dia no corredor e eu disse que estava com raiva daquela droga de curso. Odeio demonstrar esse tipo de atitude, ainda mais com quem mal me conhece. Sei que na próxima vez em que o vir, ele falará da minha raiva. Odeio isso. Queria ficar na minha bolhinha, protegida do mundo todo. Da objetividade, da subjetividade, das pessoas. Ficar pra sempre só comigo.

Mais tarde no estágio, as crianças( de 9 a 14 anos) estavam espetacularmente indisciplinadas, me fazendo pensar no que raios estou fazendo da vida. Eu não sou útil para ninguém, eu não sou útil para mim. E tanto faz se essa lógica de utilidade é capitalista, ligada ao trabalho como formador da sua subjetividade e blá blá blá: eu QUERO ser útil, eu gosto de pessoas úteis, eu gosto do som da palavra utilidade.

Está certo, eu sei que sou útil. Quando estou com as crianças da creche e um abraço bobo faz um bem enorme a mim e à elas, eu sei que sou útil. Ou quando leio sobre algo e depois compartilho com minha mãe, que é louca por leitura e mal anda com tempo para a atividade. Ou quando faço alguém rir. Eu sei que sou útil, mas os meus momentos negativos vem com uma força muito mais avassaladora que os positivos, que fazer?

O pior é que nem é só a faculdade. Essa família dá tanto trabalho, gente. Mais trabalho do que jamais vou confessar a qualquer um que esteja fora dela!Estou ganhando posição de respeito no meu círculo familiar, e é tanta responsabilidade que vem junta...e acontecem tantas coisas ruins nessa família. É tanta coisa pra pouca pessoa.

Também tenho outro problema: estou crescendo. Será que dá para todos serem mais compreensivos, por favor? Eu não sei o que estou fazendo, estou com medo do que faço e do que não faço. Dá pra ter paciência? Dá pra me deixar ser séria? Dá pra um dia eu chegar em casa e tentar ouvir a mim mesma, e não a histórias sobre namorados e amigas? Dá pra uma vez ou outra eu não ter que ouvir lamentações amorosas ?Dá pra ouvir nem que seja um minuto das minhas histórias sobre as minhas crianças?Dá pra respeitar meu tempo, entender que ele é lento?Dá pra respeitar meu espaço? Dá pra entender que eu sou confusa, que eu tenho o direito de estar confusa?No mínimo, dá pra ao menos tentar entender tudo isso?

Quando é que a gente sai da adolescência, hein? Preciso de amigos. Ou de mim. Sei lá do que preciso, mas preciso muito. Ou não, sei lá. Psicologia nem mais certeza me dá.

Estou com sono. Voltarei em um dia menos confuso.

Ps: quando estou na creche, sinto que minha vida e meu curso fazem todo o sentido. Na faculdade fico nesse espírito de tacar fogo em tudo.

domingo, 16 de maio de 2010

Acho que você poderia me fazer feliz.

Vim aqui falar da minha vida e das minhas mudanças, quando decido entrar no blog do Aamir Khan.


Ele é organizado. Ele é sério. Ele é objetivo. Ele é o que eu queria...e não percebia!


Me chama de ceguinha que te chamo de Rehan.





Me chama de professora de críquete que te chamo de meu Bhuvan, my love.

sábado, 15 de maio de 2010

Dhoom machale, dhoom machale

Não entendo porque sou principal ouvinte de uma trilha que ouço há duas semanas.



sábado, 8 de maio de 2010

Medo

Eu só tenho medo.Medo de estar perto de todos e perceber que quero estar sozinha, medo de estar sozinha e perceber que quero estar perto de todos.Medo do irreversível.

Quero minha mãe.Só minha mãe.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Klóvis


Klô estava pensando na vida, nas milhares de coisas que fizemos e escreveu isso aqui:


Tudo bem que eu sou muito homem(não tente entender), mas eu fiquei rindo sozinha lembrando de toda aquela vida de retardamento duplo.Aí eu ia responder num comentário o que caberia num post e pensei que seria mais inteligente escrever um post.

Então, "vocês" já sabem o quanto Klô e eu somos amigas.Com "vocês", quero dizer todo o mundo que nos via zoando lá no Blig, todos que vieram juntos e sorridentes para o Blogger.E Klô se deprecia muito, fato.Só que comecei a lembrar de uma coisa muito importante da qual ela fez parte ativamente.E ainda não acredito que vou escrever sobre isso.

Eu gostava de um ser humano há algum tempo.Na verdade, gostei muito de dois seres humanos há algum tempo.No nosso grupo eu sempre levei fama de ser muito madura por sempre ter controlado bem os sentimentos, vocês sabem como são pessoas assim.Só que uma vez, DO NADA eu comecei a gostar de um ser humano.Foi bizarro demais!Quem me conhece mesmo nunca tinha me visto naquele estado estranho.Estava rindo e do nada fica quieta.Pensava, suspirava, repensava.Fiquei apavorada.

Klô was there(aee!).E nunca que eu vou contar todas as peripécias que inventamos naquela fase, mas foi tudo muito importante.Ela me deu força porque entende muito de emoções, mais do que ninguém.Klô sente tudo, sente muito.E naquele momento em que eu estava desesperada por sentir o que só tinha sentido uma vez, ela me acalmou.Tudo bem que também entrou na doideira, mas foi divertido, HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAH!Não é que eu estivesse amando e tal, mas foi bizarro.E está muito claro que fico desconfortável falando disso, então acabou.

Tem as paródias, tudo o que mais gostávamos de fazer na 6ª série.A gente só escrevia sobre cocô...era um nojo!Lembro da paródia de Adoleta: "Me ganhou com esse peido de menino!Barulhento, nojento e fedido...eu não sei onde esse fedor vai me levaaaaaar!".E quando a gente vagabundeava lindamente lá em casa, só Beatles o dia todo...ouvindo o John gritar "Hey Bulldog", nós duas gritando pela linda carinha do Paul no vídeo...é tanta besteira que faz bem!Passamos anos esperando inutilmente pela época em que só pensaríamos em namorar, ir pra boate e beber.Só bem mais tarde percebemos que aquilo ali, aquelas alegrias simples, éramos nós.Não ia mudar.

Lembra quando a gente aprendeu o que era glicogênio?Voltamos andando do pré até a minha casa(o caminho é MUITO longo) fazendo piadinhas sobre glicogênio.Me respondam: QUEM faz piadas sobre GLICOGÊNIO?A gente fazia piada até sobre números complexos(que eu gostaria muito de lembrar como é que era).Ai, ai.Sem contar as milhares de histórias inventadas por essas mentes férteis...eu inventava maridos, filhos e histórias de vida pra Klô.Ela já foi casada com Johnny Depp e Orlando Bloom e teve uns quatro filhos.Infelizmente, os gêmeos Depp morreram.E estou tentando lembrar de alguma história que inventei na qual alguém fugia pra Espanha e tinha um filho chamado Pepito o_o

Ei, sobre a coisa do cinema indiano: me perguntei o porquê de eu não compartilhar isso com Klô.As respostas são óbvias: em primeiro lugar, já estava na hora de nós termos algo em separado.Aquela coisinha que só eu tenho ou que só ela tem e que passamos pra outra normalmente, sem aquele desespero de fazer a outra amar.E em segundo lugar, minha racionalidade falou muito alto: cinema indiano toma um tempo ENORME da nossa vida.Ver cada filme já tira cada um umas 3 horas.E tem o vício de comentar, ler, procurar coisas.Se eu que sou organizada com meu tempo me perdi nisso tudo, imaginei ela.Lembra de quem não conseguia se conter e  via Friends ao invés de estudar para o vestibular, para logo depois ficar arrasada com aquela cara de quem ao mesmo tempo está satisfeita e frustrada?Tinha certeza de que isso aconteceria, como ainda acontece com ela aí virando madrugadas no computador.


Lembrança: Carol em casa mostrando para Klô vídeos de sua nova descoberta mágica: The Hollies.Vídeo vai, vídeo vem, Carol mostra uma de suas favoritas: I'm Alive.Klô fica rindo(¬¬).Foi a primeira vez que percebi o efeito Pato Donald na voz do Allan Clarke.E te odeio muito por ter estragado minha visão mágica da música,HAHAHAHAHAHA!






Klô, sei lá o que digo...sou contida demais.Mas você sabe: a gente era feliz e sabia.

É isso aí.Alicia Klopper!Klóvis!

Ps: o nome dela é Priscila Klopper.
Ps2: você vai ser atriz, mulher.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ah, o caos em que está o meu estado...

...não é brincadeira, não.Nem imagino como estejam Niterói e São Gonçalo, os lugares do meu coração.Pego o jornal todo dia e só há problemas no Morro do Bumba ou em qualquer lugar das minhas cidades.Morreu muita gente, povo.A gente era tão conformadinho lá do outro lado da poça, sabe?Nosso mundinho pra bandas de lá sempre foi bem pequenininho: o único shopping é o Plaza, coisas trabalhosas se faziam "lá em Niterói" (coisa de gonçalense), era divertido ir sem dinheiro nenhum ficar andando só com o dinheiro do ingresso do cinema no shopping de São Gonçalo(ouvi dizer que vai cair).

As pessoas aqui na cidade do Rio, onde estou morando com minha tia, são muito maldosas em relação à São Gonçalo.Dizem que nem imaginam onde é, que é uma cidade horrível, que só tem gente feia.Gente, é muito difícil ser gonçalense(e olha que sou niteroiense, mas me sinto metade gonçalense por opção).Juro por tudo: não há nenhum lazer em nossa cidade.Minto: houve a criação do nosso primeiro shopping em 2004.2004!Sabe o que é passar anos sem ter nada, existindo à sombra de Niterói?Tudo o que tínhamos de fazer era em Niterói.Minha avó mesma sempre conta que não sabe andar em SG, mas se vira como ninguém em Niterói.Afinal, o que tinha para fazer em SG a ponto de fazê-la explorar a cidade?

O mais difícil em São Gonçalo é a gente sentir lá que nada nunca vai mudar.Estou pra ver cidade com prefeitos e vereadores tão sujos!Volta e meia há um vereador assassinado: sempre ligação com essas máfias de vans e outras coisas.Os prefeitos...Deus do céu, nos proteja desses aí.Só me lembro de três: Edson Ezequiel, Henry Charles(o famoso Doutor Charles) e Aparecida Panisset.Trechos de notícias que achei no Google sobre cada um dos três:

"Eleito pela terceira vez deputado federal pelo Rio de Janeiro, Edson Ezequiel (PMDB) responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal, de número 2300, por crime contra a administração pública, corrupção passiva e peculato."

"Henry Charles Armon Calvert sofreu processo por improbidade administrativa , tendo sido tornado inelegível pelo TRE-RJ."

"Panisset ainda é citada em mais de 100 processos abertos pelo órgão, por supostas compras superfaturadas, irregularidades em licitações e contratos para locação de imóveis."

Como é que se vive assim, gente?A Panisset é que mais me magoa, porque um dos votos que fez o primeiro mandato dela possível foi o "meu" - na verdade da minha mãe, mas naquela época eu tinha começado a me interessar por política e decidíamos o voto dela juntas.As propostas de Panisset eram tão lindas!Implantar o Favela-Bairro em SG, criar as Vilas Olímpicas e assim colocar a criançada de São Gonçalo no esporte.Ela se elegeu e foi uma das coisas mais assustadoras do mundo: quatro anos sem fazer exatamente nada.Você via as ruas, hospitais e escolas da mesma maneira de sempre.Minto, as escolas estavam muito piores!Quem conhece o Castelo Branco pode testemunhar.Me lembro que o símbolo da campanha de Panisset era um tijolinho distribuído em forma de chaveiro para os eleitores com o slogan "Vamos reconstruir São Gonçalo".Olha, a única coisa boa de que me lembro naqueles tempos foi a sensação boa de esperança que me deu.Depois disso, decepções sucessivas e pra uma pessoa com o coração politicamente magoável como o meu é, devastadoras.

O engraçado é que todos a odiávamos lindamente e ainda assim foi reeleita(desta vez, minha mãe nem deu nosso voto para ninguém).Faltando poucos meses para as eleições ela asfaltou muitas ruas e fez algo muito marcante: reformou a praça Zé Garoto, que fica no centro da cidade e por onde todos passam.O chafariz ficou lindo, muitas flores foram plantadas, o parquinho foi refeito em madeira e ficou LINDO, bancos novos foram colocados, havia garis sempre para manter a limpeza do lugar, um guarda para cuidar da segurança e durante um tempinho tivemos até um pequeno zoológico com uns bichinhos bobos(como coelhinhos)!O hospital também estava funcionando perfeitamente naquele tempo(2008), não sei se ainda está assim hoje.Vi algo que nunca havia visto: pessoas levando seus filhos para brincar no parque, idosos conversando lá, jovens fazendo suas bagunças de sempre.Era bom estar na cidade, mesmo que naquele espacinho limitado.Os outros dois candidatos à prefeitura naquele ano eram o cruzamento do Satanás com o George Bush, e Panisset nos deu aquele tiquinho ridículo de alegria. Ganhou, oras.

Estou falando disso tudo porque no fundo, no fundo, a gente só tinha Niterói de bom.Ah, gonçalense sente bem fundo tudo o que acontece em Niterói.A gente comemorava tanto quando Jorge Roberto Silveira ganhava!Parecia que era a nossa cidade  que ganhava algo.E no fundo, era.Niterói em toda aquela sua beleza e qualidade de vida sempre viu São Gonçalo como aquela prima feia, pobre, suja, burra e desengonçada que vem do interior te visitar, enquanto São Gonçalo via Niterói como aquela prima linda e jovial de quem todos os meninos gostam.Agora a tal prima está lá com o trânsito infernal desde as chuvas, deslizamentos e desabrigados.Quando é que vai chegar aquele momento em que a gente vai olhar pra todas as coisas ruins que ficaram pra trás e sorrir?É muito fácil falar que o povo tem que se conscientizar, mas vá lá viver no meio deles.Essa batalha pela sobrevivência diária é pesada demais, gente.Não há tempo pra pensar em arte, política, estudos, nada.Não dá nem mesmo para pensar, porque você passa tanto tempo trabalhando para garantir o agora que pensar no futuro acaba sendo supérfluo.

Ai, ai, minha mãe me mata se me vê dizendo com esse orgulho todo que sou gonçalense.Afinal, ela não exigiu que fosse levada para Niterói na hora do parto para que mais tarde a ingrata que vos fala ficasse por aí dizendo ser metade gonçalense e metade niteroiense.Mas fazer o que se a ingrata aqui acha que o lugar com um milhão de habitantes onde cresceu pode e merece ser melhor? 

Minhas cidades estão sofrendo, meu estado está sofrendo.Fico me perguntando como ainda consigo amar isso tudo do jeito que amo.