tag:blogger.com,1999:blog-7957769821038909182024-02-07T15:20:48.881-03:00Eu DesatineiCarol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.comBlogger139125tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-11986773472587791972018-05-24T22:05:00.000-03:002018-05-24T22:05:44.677-03:00Procrastinação<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Z2SxdFDULd7fzQ_Xd_m6_WHT8th3xHVNEc1YNV01TvGnKyRcSrAUU5hSwX8tjoU-UUD-HMQWL08VecbpqYd_YK7KUwIjkopuNS4uuvIHMeWWInZum7-LjJyNw0o0__DxYL-cjufO_qc/s1600/SKYd4rx9TFGTdMTjr7Hm_procrastinate.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Z2SxdFDULd7fzQ_Xd_m6_WHT8th3xHVNEc1YNV01TvGnKyRcSrAUU5hSwX8tjoU-UUD-HMQWL08VecbpqYd_YK7KUwIjkopuNS4uuvIHMeWWInZum7-LjJyNw0o0__DxYL-cjufO_qc/s320/SKYd4rx9TFGTdMTjr7Hm_procrastinate.png" width="320" /></a></div>
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Faz alguns anos que tenho problemas com procrastinação, como praticamente todos que conheço hoje em dia. Na época da escola não era algo tão problemático por não trazer grandes prejuízos, mas durante a faculdade foi quando a coisa degringolou e o fato de procrastinar se tornou a minha principal fonte de autojulgamento e culpa. Houve muitas matérias que não estudei durante um semestre inteiro e vistas apenas na véspera das provas, trabalhados adiados e lágrimas derramadas. O complicado de ter sido uma aluna de alto funcionamento na escola era que ninguém levava muito a sério o nível de sofrimento que procrastinar me trazia na faculdade. Hoje entendo bem o que acontecia: minha escola era pública e o ensino não era tão puxado, então estudar de última hora dava conta daquelas condições e resultava em boas notas. Já a faculdade era federal, com uma carga de estudos absurda, conteúdo muito complexo já no primeiro semestre e também havia a pressão de estar cercada por colegas muito melhor preparados que eu, com um capital cultural enorme. É claro que as estratégias de antes não funcionavam mais, mas para quem estava de fora parecia que pouca coisa havia mudado.</div>
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No sétimo período de faculdade eu já não aguentava mais e busquei terapia, que me ajudou bastante com estratégias de manejo da ansiedade, divisão de tarefas, controle do tempo, entre outras coisas. É claro que o comportamento voltou muitas vezes e foi frustrante, mas só ultimamente aprendi uma nova lição que tem feito a diferença: quando você aprende estratégias para reduzir a procrastinação, a ideia é que os momentos de vida em que você se engaja no comportamento sejam reduzidos, mas não necessariamente excluídos. Ter essa noção faz toda a diferença porque hoje quando estou procrastinando - como neste exato momento -, sei que está tudo bem e que posso voltar aos trilhos. Também me tirou o desespero em que fico quando não estou procrastinando e fico com medo de "perder a onda" e voltar a fazer, como se tivesse que agarrar com todas as forças aquela chance de fazer direito. Já entendi que as coisas que fazemos, pensamos e sentimos são como ondas. Elas vêm e vão, e o mar que é a vida muda muito, mas sempre está ali. Hoje posso não procrastinar, amanhã voltar e ter mil oportunidades de recomeçar. Uma outra lição que aprendi foi evitar ao máximo ficar buscando apps, sites e vídeos sobre o assunto, pois isso certamente virará outra forma de procrastinar. Recentemente busquei e li alguns estudos científicos sobre o assunto e a área é surpreendentemente mal estudada em termos de tratamento; de uma forma geral apenas as causas foram bem estudadas e têm bem menos a ver com ansiedade e perfeccionismo do que pensamos. Ou seja, a chance de ficar pulando de um método que funcionou para um sujeito específico para o outro sem aquilo dar certo para você porque ainda não é algo bem fundamentado é gigante. Nessas horas agradeço meu espírito cientificista por me ajudar a economizar tempo, tudo o que uma procrastinadora precisa.<br />
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E mesmo com toda essa melhora ainda é difícil evitar a carga de autojulgamento quando a coisa aperta. A sensação de sufocamento, aperto no peito, pensamentos correndo e martelando pela mente, olhar para o relógio e ver cada segundo como um inimigo que se aproxima do seu campo de batalha...acho que nunca vou me acostumar com nada disso, apesar de não me afogar mais. E lá vou eu para mais um recomeço.</div>
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Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-78940228923301149132018-05-23T14:41:00.000-03:002018-05-23T14:41:01.122-03:00Os 88<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgizsvoCzYxcfKD_IoBhEuQ77hDs527_B0VeLQq2OVdMSoW51WHHBt5RqWJHgF3z7yxEC3bQL2WKEj_CTmSMOAvbqpz-kG4tBd9mYmz68h2wGBkeW_tNAp5b7Z_-_6E5mhYghpk4scz49M/s1600/kill-bill.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="620" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgizsvoCzYxcfKD_IoBhEuQ77hDs527_B0VeLQq2OVdMSoW51WHHBt5RqWJHgF3z7yxEC3bQL2WKEj_CTmSMOAvbqpz-kG4tBd9mYmz68h2wGBkeW_tNAp5b7Z_-_6E5mhYghpk4scz49M/s400/kill-bill.jpg" width="400" /></a></div>
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Dia desses perguntei no Twitter como é que faz quando você ama a pessoa e quer decapitá-la ao mesmo tempo, brincando sobre a minha mentalidade para agressão ter uma estética baseada em Kill Bill. A história por trás do questionamento é tão simples quanto dolorosa.</div>
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Há alguns anos eu participava de uma comunidade muito movimentada no Orkut e nela fiz um grupo de amigos íntimos. São pessoas que vão à minha casa, que eu visito, vieram à minha formatura, dentre outras expansões do virtual para o real. Um deles era um dos mais especiais e era muito novo, devendo ter por volta de 14 anos quando eu já tinha 18 ou 20 - quanto mais velhas ficamos, menos exatas são as datas. Ainda estava na escola e eu já estava no primeiro ano de faculdade, mas nossa ligação ficou extremamente forte e hoje nem lembro como foi isso, mas estava lá. Durante muitos anos da minha vida eu quis ter um irmão e mesmo que à distância, sentia que tinha um pouco disso. Conversávamos dia e noite sobre os artistas e filmes obscuros do cinema indiano que ninguém conhecia, eu me preocupava com suas brigas com o irmão e sensação de não pertencimento na escola, contava das minhas experiências na faculdade, descobrimos o feminismo juntos. Me sentia muito amada e além de amá-lo de volta, me percebia cuidando de alguém. Pensando sobre isso agora, essa experiência talvez tenha sido uma das muitas que reafirmou minha conexão com uma profissão que envolve o cuidado humano. Aquele parecia ser o meu lugar. Também foi importante porque até então eu mantinha uma certa distância emocional dos meus amigos, e com ele e nossos outros amigos eu pude aproveitar a barreira virtual para experimentar dizer para as pessoas que eu as amava e elas eram importantes para mim.</div>
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Acompanhei o final do seu ensino fundamental, a passagem pelo ensino médio e entrada na faculdade com um orgulho fraternal. Logo após entrar na faculdade ele sumiu um pouco, coisa que já esperava por ter feito a mesma coisa quando vivi aquela fase, pois é um período de intensas adaptações e é coisa demais para dar conta. Nos encontramos pessoalmente e foi divertido, depois um tempo passou e ele sumiu completamente. Na época não senti muito por também estar enrolada com uma nova transição complexa de vida, que era a de estudante para recém-formada, mas às vezes eu e outra amiga falávamos sobre a estranheza daquilo. Com o passar do tempo me acostumei a pensar nele como uma pessoa que tinha um certo jeito e determinados interesses na adolescência e depois muda muito na vida adulta, pois é o que acontece com a maioria de nós. Então era como se aquele meu irmão menor tivesse morrido e eu não reconhecesse esse novo, que parecia bem esquisito e que nem estava presente, de qualquer forma. Até achava melhor que fosse assim, pois a imagem que eu guardava do outro era tão boa que não valia a pena mexer nela.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDj5nn8XPb9dWuD4JN03SQfrzMCyCJBtAb6-sKbTJiE1uiZ2JNTnOwgdReiwpjHCK9Ul1OZuzA-ObldCfyHaJ_YKbiqOVWj_OtedpGxRswhqO593KY3Le3l0bPA3DIR5a-MAXbluGgZrc/s1600/kill-bill.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
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Faz alguns dias que ele entrou em contato novamente e fiquei muito feliz por poder saber como as coisas andavam em sua vida. Fui receptiva e calorosa como sempre sou com pessoas especiais para mim que não vejo há muito tempo: é como se nunca tivéssemos nos afastado. Tudo estava indo bem e a fluidez da conversa era a mesma de anos atrás, até ele comentar que nos últimos anos vinha acompanhando meu outro blog e mostrar que ainda tem os mesmos interesses de antes. Naquele momento me surgiu uma raiva imensa e inesperada, pois não esteve presente durante os últimos anos e também por eu não estar muito acostumada a sentir raiva. Eu sabia lidar com o meu amigo que ficou adulto, mudou e descobriu outros interesses e pessoas. Eu sabia lidar com a morte simbólica do menino que era importante pra mim. Eu não lidar com uma pessoa que não tinha abandonado as coisas que compartilhávamos e que ainda mantinha alguma ligação comigo, mas que escolhia me deixar de lado. </div>
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Tem sido difícil tentar reconstruir uma relação em cima dessa informação que eu não tinha antes e com essa raiva que ainda estou aprendendo a ver como parte de mim. Não sei nomear tudo porque são muitos sentimentos e pensamentos, mas é como se eu tivesse sido rejeitada após mostrar o que havia de bom em mim. Eu entenderia meus amigos das minhas fases mais chatas se afastando, mas aquilo foi demais. É complicado e injusto de uma forma como só a vida real consegue ser. Está sendo, na verdade. Ele se desculpou e sei que foi sincero, mas não consigo parar de me imaginar como a noiva do Kill Bill na cena do massacre no restaurante japonês, só que os 88 são ele e a cena se repete incontáveis vezes. Até ele sentir muita dor, no mínimo. Pode não parecer, mas é uma ótima imagem mental.</div>
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A raiva geralmente esconde algum outro incômodo por trás e no meu parece ser tristeza. Pela confiança quebrada, por uma inocência que não tenho mais, pelo meu amigo que na verdade não tinha falecido, é uma pessoa horrível, dolorosamente humana e falha. Ainda não sei o que fazer com essa relação e se realmente a quero na minha vida porque é difícil pensar com clareza quando você sente dor. Só sei que não estou bem e que a cada frase tranquila e amigável que ele solta, imediatamente me vêm a mente oitenta e oito respostas agressivas que não aparecem nas minhas respostas calmas e agradáveis. Sei que precisamos conversar sobre isso, mas nem vontade existe. Vou manter todos esses sentimentos porque tenho o costume de descartar questões emocionais que me pareçam bobas e o meu incômodo com essa situação é uma delas. Eu tendia a passar por cima e seguir adiante sem olhar muito para o que me acontecia, mas não mais. Agora vou fazer as paradas que a vida me pedir e seguir adiante com os fardos que forem necessários.</div>
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Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-23441180492156480142018-05-23T12:03:00.003-03:002018-05-23T12:05:58.405-03:00De volta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizX8H3S8w3hv1sJTfAuB1qPIZTsrurPAhOyx_4clvb0uUBqPT1V5GoAc7UduJyj_zD8Y6uS3NN4J319-VJyg4XQZYZLpJMcFQ7wkM4K9bH4ciqel07iQmAWdsAdyKMozMXVqCE0uoJysg/s1600/i_meet_myself_at_the_mirror___by_nightmare_anny.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizX8H3S8w3hv1sJTfAuB1qPIZTsrurPAhOyx_4clvb0uUBqPT1V5GoAc7UduJyj_zD8Y6uS3NN4J319-VJyg4XQZYZLpJMcFQ7wkM4K9bH4ciqel07iQmAWdsAdyKMozMXVqCE0uoJysg/s320/i_meet_myself_at_the_mirror___by_nightmare_anny.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://nightmare-anny.deviantart.com/art/I-meet-myself-at-the-mirror-56828703" target="_blank">nightmare-anny</a></td></tr>
</tbody></table>
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Na quinta passada tive uma sessão de terapia extremamente difícil na qual encontrei com uma parte minha que eu nem sabia que precisava ser visitada. Era a eu de seis anos de idade, que precisava ser validada e ouvida, talvez até mesmo protegida. Naquele mesmo dia um dos meus melhores amigos, que sumiu há quatro anos sem muito motivo, veio falar comigo novamente. No dia seguinte estava em um curso e fizemos um exercício que mais uma vez me reconectou com partes minhas, daquela vez com a minha menina dos doze anos. Ontem encontrei sem querer um arquivo na internet que continha meu blog da adolescência, aquele do Blig que larguei ao vir pra cá.<br />
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Todos esses contatos com partes minhas têm me deixado muito emotiva, bem mais que o esperado. Durante muitos anos vi minhas figuras do passado como versões minhas que eu deixaria para trás na minha caminhada para ser alguém melhor. Depois vi essas mesmas figuras como partes necessárias para eu ser quem sou. Nas duas diferentes visões havia uma ideia de superioridade da versão atual em relação às antigas, mais burras, mais feias, mais descartáveis. Só que após essas experiências, uma nova realidade apareceu para mim: todas aquelas meninas eram incríveis, completas e maravilhosas por si mesmas. Trabalhar com adolescentes, meu público favorito, costuma me dar a percepção de que as famílias os veem como adultos em formação e muitas vezes eles têm essa mesma pressa de abandonar seus eus atuais para mergulhar de cabeça no futuro, mas a verdade é que eu os amo como são. Amo suas confusões, certezas e buscas. Reler meu blog dos 16 anos me fez ter pela primeira vez esse olhar de profundo amor que tenho para os meus adolescentes para comigo mesma e viver isso está sendo muito forte. Eu amo aquela menina por tudo que ela é, incondicionalmente. E não é um esforço fazer isso, esse amor vem e flui naturalmente como respirar. Um amor leve.</div>
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Pois bem, estou de volta. Ao meu blog e para mim mesma.</div>
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Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-40515919233085801772016-08-15T09:36:00.001-03:002016-08-15T09:36:46.137-03:00Reciprocidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjd3dLUZeZNwkhoAITT5r7AxAiKdUFODjQ2l773nh5lkREuE6JUB6F3fa5CBXpAQxG2JTRvmpu7Uy8iJ_6Nj4-CRjZwN2yxHXnGc10iENbyGkVwfuxqdZPiryoi_iqEogNIQryNrCPc_A/s1600/reciprocidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjd3dLUZeZNwkhoAITT5r7AxAiKdUFODjQ2l773nh5lkREuE6JUB6F3fa5CBXpAQxG2JTRvmpu7Uy8iJ_6Nj4-CRjZwN2yxHXnGc10iENbyGkVwfuxqdZPiryoi_iqEogNIQryNrCPc_A/s320/reciprocidade.jpg" width="320" /></a></div>
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Ser amiga é doar-se mesmo quando não há o que dar ao outro. É perder horas com conversas em que só há o outro e você não existe. É dizer que está bem e logo perguntar como o outro está, para logo falar das dores daquele diante de você - que são o que realmente importa. É chorar por quem se ama. É sentir culpa após a decisão de colocar-se em primeiro lugar.</div>
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Não é isso?</div>
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Durante anos, achei que sim. Nem sabia que era esta a minha forma de pensar, agir e me exaurir. Só quando dei <i>tilt</i> e parei de ser a pessoa produtiva e funcional de sempre que percebi a forma nociva como muitas das minhas relações vinham funcionando. Sendo mais racional do que emotiva, dava aos outros o que tinha de melhor: minha escuta e meus pitacos. O tempo todo e a qualquer hora. Quando nem isto consegui e precisei que alguém fizesse o meu papel e deixasse para mim o único trabalho de ser vulnerável e ser ouvida, descobri que poucos estavam dispostos a tanto. Sabe quando mãe acostuma mal as suas crias e só percebe isso muito tarde? Foi o que fiz com muitos amigos sem notar.</div>
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O clique só veio quando, repetidamente e durante semanas, minha prima me mandava mensagens dizendo "preciso desabafar, quando vai estar em casa?" e ignorava completamente minhas respostas descrevendo meu cansaço. Notei que nenhuma mensagem vinha precedida por "bom dia" e que ao fim de suas infindáveis histórias com o namorado, jamais veio a pergunta "e você, como está?". Após o clique, realizei uma checagem simples que você consegue fazer aí no conforto da sua casa. Entrei em conversas com vários amigos e procurei as respostas para os momentos em que demonstrei alguma tristeza ou contei sobre algum evento difícil da minha vida. A maioria das respostas variou entre "que triste" e emojis, como o famoso":/" (talvez eu tenha desenvolvido uma certa aversão a emojis desde então). Também li minhas respostas longas e elaboradas. Poderiam ser doces ou duras, mas eu estava ali. Presente.</div>
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<br /></div>
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Não sou coitada. Permiti que isso acontecesse. O que você faz quando lhe oferecem algo bom? Você aceita. Dividi a situação com meus amigos da Psicologia, que já há algum tempo são os mais carinhosos e sensíveis que tenho. Fiquei impressionada com a quantidade de relatos mostrando que essa mania de dar sem receber é típica de psicólogo - a profissão rainha do auto-sacrifício. Provavelmente foi essa forma de ser que nos levou ao curso e o status do curso acaba agravando nossas relações desiguais. E, da mesma forma como ocorreu comigo, meus amigos também estavam ressentidos com a falta de cuidado dos seus próximos. É por isso que nos cuidamos tanto mutuamente. Apenas nós sabemos do quanto precisamos que reconheçam a humanidade que há em nós.</div>
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A reciprocidade tornou-se meu novo princípio de vida, o qual proteregei até morrer. Dar e receber na mesma medida. Ao amigo que me acolhe, oferto meu coração. Ao amigo que não me olha, o mesmo. Acredito que só tenhamos uma vida e que ela seja pouca para manter uma eterna postura de abnegação. Já sigo a ideia racionalmente e comportamentalmente, mas a culpa ainda vem quando não saio correndo para atender o outro. Mas tudo bem. Qualquer tempo levado para aprendermos a nos amar vale a pena.</div>
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Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-27345302325848892372016-01-11T08:18:00.000-02:002016-01-11T08:18:59.542-02:00Quando comer muda a sua vida<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaj1BKmtlCEzhjSUmmIWl2wu3kQvPJ8R8EsxBfN0G5fxhF2xoAZ_Ln0bDYGgQ49apylhtW4iOAbywaLugJZrifdQHAdQekcb31L7drZu-vJlsInLu-qJwlqg-_BzxZdGvF3JxeLmlQE0g/s1600/hello_ananas1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaj1BKmtlCEzhjSUmmIWl2wu3kQvPJ8R8EsxBfN0G5fxhF2xoAZ_Ln0bDYGgQ49apylhtW4iOAbywaLugJZrifdQHAdQekcb31L7drZu-vJlsInLu-qJwlqg-_BzxZdGvF3JxeLmlQE0g/s320/hello_ananas1.jpg" width="320" /></a></div>
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Toda a minha adolescência foi passada de forma infeliz e miserável. Exceto pelos momentos em que me divertia com minhas amigas, lembro de sempre me perceber triste, feia e cansada. Todas essas dimensões, em especial o cansaço, ficaram trinta vezes mais fortes quando entrei para a faculdade. A carga de estudos aumentou, meu dinheiro diminuiu e estudar longe trouxe o problema do trânsito à minha vida. Sete anos depois daquele primeiro ano, descobri que as coisas não precisavam ter sido tão ruins. Uma coisinha simples que no fundo é tudo poderia ter mudado minha vida há mais tempo: comida.</div>
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Faz um ano que entrei em um sério programa de reeducação alimentar ao qual dei início sozinha, posteriormente pedindo dicas à uma amiga nutricionista até finalmente buscar tratamento com uma nutricionista própria. Comecei reduzindo a quantidade de comida nas refeições principais e evitando doces. Depois introduzi frutas, verduras e legumes, além de substituir os alimentos que já comia por suas versões integrais. Perdi 6kg só com essas leves alterações no cardápio. Também passei a fazer exercícios físicos e mais 2kg foram embora.</div>
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Falei sobre o peso que perdi por saber que isso é o que mais impressiona e motiva as pessoas, mas os ganhos foram enormes e múltiplos. Sempre pensei que fosse preguiçosa por sentir sono durante todo o dia. As aulas vespertinas da faculdade eram um suplício, pois sentia meus olhos fechando do primeiro ao último minuto. Não conseguia dar minha total atenção mesmo que gostasse do assunto. Hoje meu nível de energia melhorou consideravelmente e no ano passado conseguia trabalhar em vários bairros em um mesmo dia. Lembro da minha tristeza na época de faculdade, pensando se por toda a vida sofreria para conseguir me dedicar a algo durante o dia todo. Outra mudança clara que percebi foi o fim do peso que sentia no meu corpo. Era como se eu caminhasse o dia inteiro com mochilas repletas de pedras acopladas ao meu corpo, tentando ser produtiva durante a caminhada. Mesmo ainda faltando muitos quilos para estar no melhor peso para a minha altura, parece que aquela mochila de pedras raramente volta - só quando passo umas duas semanas comendo besteira. Recentemente fiquei dois dias na casa da minha tia, lugar em que o alimento mais nutritivo que você encontrará é pão de queijo industrializado. O peso voltou e meu estômago ainda está reclamando de tanta tranqueira no organismo.</div>
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<br /></div>
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Minha pele melhorou muito e também não vejo mais um certo desconforto que sentia o dia inteiro no estômago após fazer refeições pesadas - sabe aquele prato de arroz, feijão, bife, farofa e batata frita? Não tenho mais condições de comer tudo aquilo caso ainda queira ter um mínimo de produtividade durante o resto do dia. E prazer na comida sem salada não existe mais para mim, o que ainda é um grande choque tanto para mim mesma quanto para minha família. Sempre rejeitei todos os legumes e verduras do mundo e comia, se muito, uma cenoura crua fora das refeições principais. Hoje não vejo com enfrentar o verão do Rio sem um pouco de beterraba ralada para deixar o dia mais leve e fresco.<br />
<br />
Houve um longo tempo da minha vida em que quis desesperadamente ser feliz, pois isto não acontecia mesmo enquanto eu atingia meus objetivos. Neste momento entendo que cuidar da saúde do meu corpo era tudo o que faltava para que aquilo acontecesse. Na minha concepção, ser feliz não tem a ver apenas com realizar grandes planos ou estar o tempo todo em movimento. Tem a ver com tranquilidade, como falei no último post. E quando meu corpo ficou tranquilo, finalmente minha mente também conseguiu chegar lá.</div>
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Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-90678551550685733632016-01-06T12:55:00.001-02:002016-01-06T12:55:22.523-02:00Hello (is it me you're looking for?)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi_XlYagn2c3jwiJq4hA35huGweQlfhll9j7urE5vXIqfw_et9ijLXCHwsiMj9HhlyDwz1RYcdIOji5HZSyi-A5hwkXrf3ENy9l_DB6OyUEdE9TcEa-7ZqwhqvxNwYDsIlhCFRG-dotkI/s1600/mood-girl-dress-color-hands-smile-summer-umbrella-umbrella-happiness-freedom-freedom-openness-warmth-plants-nature-field-sun-sky-clouds-background-freedom.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi_XlYagn2c3jwiJq4hA35huGweQlfhll9j7urE5vXIqfw_et9ijLXCHwsiMj9HhlyDwz1RYcdIOji5HZSyi-A5hwkXrf3ENy9l_DB6OyUEdE9TcEa-7ZqwhqvxNwYDsIlhCFRG-dotkI/s400/mood-girl-dress-color-hands-smile-summer-umbrella-umbrella-happiness-freedom-freedom-openness-warmth-plants-nature-field-sun-sky-clouds-background-freedom.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Um ano inteirinho. Não se chega num lugar que viu você antes de prestar vestibular, se escreve "faltam 8 dias para eu me formar na faculdade" e depois se desaparece. Eu sei. Desculpa, gente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acabou que me formei mesmo e as coisas demoraram para mudar para melhor, mas elas finalmente chegaram a esse ponto. Acho que eu estava cansada de relatar meus perrengues. É chato ser "a guerreira", "a batalhadora", "a determinada". Queria vir aqui com boas notícias, finalmente ser a pessoa leve que chega com boas novas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo após me formar, vivi o inferno ocupacional clássico do recém-formado de Humanas. Sub-empregos muitas vezes pagando menos que uma bolsa de faculdade. Houve um momento em que me percebi trabalhando em seis bairros e passando um mínimo de três horas diárias no trânsito. Não foi nada legal, apesar de me permitir ajudar um pouco em casa - que sempre foi meu sonho de pobre. Fiquei triste, exausta, tive crises de choro e meu desempenho no trabalho caiu muito. Estava sem paciência com as crianças que atendia e não queria mais trabalhar, ver meus amigos, ser ou existir. Pensei que estivesse vivendo minha primeira crise depressiva, mas estava enganada. Era apenas uma reação rápida à loucura em que me meti no meu cotidiano. Reação clássica do corpo e da mente ao excesso de estresse: pedir socorro cada vez mais alto, até a gente ouvir. Menina prática que fiquei, logo comecei a dar um jeito de mudar isso e apenas a decisão de abandonar um dos bairros já operou milagres no meu humor. Depois o resto do horário foi se ajeitando e em pouco tempo voltei a ser a criatura pequena, amorosa e pulante de sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa fase durou um ano e meio ou pouco mais que isso. Após a mudança de rotina para reduzir o estresse, veio nova transformação: a constatação de que eu não era mais feliz na área de pesquisa em que ainda me mantinha. Decidi que assim que pudesse, sairia dela e seguiria meu caminho fazendo apenas o que gosto. Esse passo foi facilitado quando fui convocada pelo abençoado concurso no qual fui aprovada logo após me formar. Demorou mais de um ano para a convocação acontecer, mas veio no momento exato em que eu não tinha mais opções. Foi naquele momento em que ficou claro para mim que eu poderia confiar que a vida finalmente me daria a tranquilidade que almejo desde a época de escola, quando sacrifiquei tanta diversão (e saúde mental) pelos estudos.<br />
<br />
Agora sou funcionária estadual duas vezes por semana, trabalhando em um local tranquilo e de baixa demanda que me permite ter tempo para estudar. Nos outros dias da semana trabalho no que gosto. É difícil ser autônoma em fase inicial, porém o emprego fixo afastou minhas preocupações. Sou extremamente ansiosa desde criança e fui surpreendida por uma sensação de paz interior que eu nem sabia existir em mim. Chego ao trabalho sorrindo, ando de ônibus sorrindo e vou embora sorrindo. Sinto amor pelo mundo e pelas pessoas. No nível máximo, me percebo cantando <i>Happy</i> mentalmente em vários momentos do dia. Descobri que trabalhar menos horas, ter tempo para si mesma e o mínimo para pagar as contas opera milagres sobre uma pessoa. Agora estou numa cruzada pessoal para obrigar todos os meus amigos a buscarem empregos estáveis que os tirem das mil horas no trânsito.<br />
<br />
2016 começou como nenhum outro ano jamais se iniciou para mim. Sempre tive vagas aspirações de melhoras a cada novo ano, mas esta é a primeira vez que tenho planos que de fato têm como serem postos em prática - inclusive já estou a todo vapor. Tranquilidade é felicidade. E não pretendo deixá-la ir embora de dentro de mim nunca mais.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-49247296154326328432014-01-21T21:36:00.000-02:002014-01-21T21:36:49.760-02:008 dias, muitas horas e vários minutos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
8 dias, muitas horas e vários minutos: é o tempo que falta para eu ser psicóloga. <b>Psicóloga</b>. O som é delicioso. Não mais estudante de Psicologia. Não mais "a amiga que faz Psicologia", "minha filha, que estuda Psicologia" ou a "minha sobrinha, estudante de Psicologia". Só psicóloga.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que nunca encarei um caminho tão aberto na minha vida. Posso fazer tudo e nada. Não há planos organizados e detalhados, como sempre houve para mim. Não há emprego ou pacientes me esperando; apenas a certeza de que perseguirei a carreira clínica. Opa, esqueci de outra certeza, maior que tudo: amo o que faço. O ponto principal para a escolha de uma carreira universitária foi permitir que eu ajudasse às pessoas. Não há dúvidas de que encontrei isso na Psicologia. Para além do curso em si, encontrei muito mais. Amigos leais, teorias maravilhosas, a miséria e felicidade do ser humano no encontro com cada paciente. Foi doloroso e maravilhoso ao mesmo tempo. Talvez seja por isso que esteja escrevendo isto alternando sorrisos e lágrimas. Aprender a apreciar a dor e a alegria é gostar, basicamente, de viver. Não fui à uma choppada e continuo passando minhas sextas-feiras deitada com meus livros, mas aprendi a amar a vida. Parece que a gente não tem que virar do avesso para se transformar, afinal.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A lista de agradecimentos da minha monografia ficou enorme e ainda não deu conta de todos que já fizeram algo por mim durante a faculdade. Família, amigos, colegas, gente que só vi uma vez, gente que fez algum comentário que me fez pensar: muito obrigada. Neste momento, a gratidão é maior que o medo do futuro ou a felicidade pelo presente. Obrigada por terem feito parte da minha formação como psicóloga e como pessoa. Todos vocês são co-responsáveis pelo que acontecerá em 8 dias, inúmeras horas e incontáveis minutos.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-48879312401437275252013-09-22T21:35:00.000-03:002013-09-22T21:35:34.180-03:00Gripes e Bombas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Já é costume eu sumir daqui, dar as caras uns meses depois e contar sobre como a vida está corrida com a faculdade, estágios e blá blá blá. É claro que isso não seria diferente no meu último semestre, mas o conteúdo do que me ocupa ficou um pouco, digamos...<i>diversificado</i> ultimamente.</div>
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<br /></div>
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Tenho uma vida simples. Mantê-la assim é meu plano de vida, só quero vivê-la de forma mais confortável e sem tantas preocupações. Estudo, leio uns livrinhos legais, ouço música, vejo novela quando dá; enfim, nada muito diferente do que outras pessoas da minha idade fazem. E assim continuei desde que entrei para a faculdade. Daí agora, no último ano, duas coisas surgiram para embaralhar minha vida: os protestos e o amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim, senhoras e senhores. Inalei gás lacrimogêneo e fiquei apaixonada — deixarei a seu critério a escolha da situação mais perigosa. Ainda não sei como fui me meter em nenhuma delas. Os protestos de junho foram bem inesperados. Decidi ir no primeiro meio que de curiosidade, o movimento ainda não tinha a repercussão que ganharia depois. Acredito que uns mil estivessem presentes. Só fui porque nada tinha me deixado tão movida até o momento quanto a causa do aumento abusivo das passagens. Parece estúpido, mas só quem pega o meu ônibus diariamente entende o absurdo que é pagar por aquilo, que dirá pagar ainda mais. Foi meu primeiro protesto e minha amiga-militante-badernista teve de me convencer a não desistir. Agradecerei eternamente pela experiência, já que me deu coragem para ir às ruas lutar pelo que acredito. Fui a outros pela mesma causa e também ao ato contra o Estatuto do Nascituro, além da Marcha das Vadias. Para os meus padrões, é muita coisa. Não saio de casa nem que a forma aperte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já o amor...ah, sei lá. Eu já notava o moço há tempos, mas era da mesma forma que notava outros. Aí falei um pouco mais com ele e vi que o moço era legal. Não, era muito legal. O mais legal de todos os moços! Quando me dei conta, não tinha mais um pingo de concentração, dormia ainda pior do que antes, só sabia pensar/falar disso e, a pior parte: respirava mal de tanto suspiro (já não respiro muito bem, então apenas imaginem). Constrangedor, mas é história real. Eu sabia que estava idealizando, que ele até era legal, mas estava bem longe da imagem de rapaz-mais-fantástico-do-mundo, só que eu não sabia o que fazer. Falar com ele não era opção séria, minha ansiedade não dá conta disso. Aí eu decidi esperar passar e fiquei triste. Muito triste. É que demora pra passar, né? Não sabia que era tanto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Ambas as situações trouxeram coisas boas, sendo a principal o aprofundamento de algumas amizades. Nem sabia que eu gostava tanto de alguns amigos, até esse momento em que me deram colo, pão-de-queijo e acolheram a minha fossa. Desafiaram bonitinho a minha crença de que não dá para contar com as pessoas. Outra coisa curiosamente interessante foi descobrir minhas reações perante situações complicadas. Quando a polícia vinha, eu corria como se tivesse nascido para isso (agora tira <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=IxuThNgl3YA" target="_blank">isto</a></b> da minha cabeça). Quando o moço vinha, todo o ar sumia do ambiente, eu sentia um soco no estômago e começava a falar as coisas mais estúpidas do mundo (é doloroso ser tão idiota quanto qualquer pessoa apaixonada). Houve uma época em que cheguei a ficar repassando todas as minhas reações corporais do dia enquanto voltava para casa. Descobri que é como uma gripe forte. Espero que isso seja um sinal do meu super e observador espírito científico.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ruim de tudo foi minha pacata vida ter se alterado mais do que minha capacidade de processamento dá conta em pleno momento de monografia. Ela está atrasadíssima, aliás. Lição que tirei do ano: protestar e amar acabam com meu talento acadêmico. Pelo menos não me sinto estúpida protestando. </div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-12331579550780430192013-04-21T01:32:00.002-03:002013-04-21T01:39:20.962-03:00Revivescências<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Hoje ouvi uma coisa engraçada no curso de formação. ''O paciente só procura terapia quando tudo o que ele fazia para lidar com aquilo deixou de dar certo''. Quase me causou revivescência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembrei de 1 ano atrás, quando decidi que não passaria mais nenhum segundo pensando que as pessoas estavam me achando burra demais, pedante demais, idiota demais, gorda demais, magra demais, chata demais, calada demais, tagarela demais. Sempre demais, sempre sobrando, nunca me encaixando. Lembrei do quanto pensar daquele jeito estava me impedindo de escrever como minhas mãos imploravam, de sorrir como meus lábios pediam, de falar com quem eu desejava, de andar por onde meus pés queriam ir. Lembrei de como tudo aquilo durou e me impediu de realizar a mim mesma, com todas as oportunidades que vieram. Também lembrei de como só consegui fazer o que realmente queria fazer nos breves momentos em que não deixei aquilo me pegar. E lembrei de que tudo aquilo durou anos. E ainda dura, só que não todo dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto escrevo este texto, lembro de todos vocês que ainda não enfrentaram aquilo. Mesmo não conhecendo vocês, digo que ''lembro'' porque nos sentimos de modo parecido. O medo da avaliação, do olhar, da terra nos engolir. A respiração correndo, o soco na barriga, a mente mais acelerada que carro de Fórmula 1. Passa, gente. Chamem de medo, ansiedade, fobia, angústia, aquela coisa na barriga, de qualquer coisa, não deem nome, mas procurem ajuda para enfrentar. Ajuda de dentro de vocês ou de fora. Ou só de dentro. Talvez, de dentro <i>e </i>de fora. Realizem-se.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-63492995771906716792013-04-14T21:53:00.000-03:002013-04-14T21:53:55.826-03:00Nostalgia Day<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Domingo de chuva me fez lembrar de outros fins de semana chuvosos de dois, três anos atrás. Dias que passei no computador com gente querida, rindo e conversando. Deu saudades, mas pelo menos dessa vez não teve tristeza. Só saudades mesmo.</div>
<br />
Para ler ouvindo: <i><b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=5SrCfLgTAwo" target="_blank">Makeh Bhi</a></b></i>.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Memória</b></div>
<div style="text-align: right;">
<div>
Carlos Drummond de Andrade</div>
<div>
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
Amar o perdido</div>
<div style="text-align: center;">
deixa confundido</div>
<div style="text-align: center;">
este coração.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Nada pode o olvido</div>
<div style="text-align: center;">
contra o sem sentido</div>
<div style="text-align: center;">
apelo do Não.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
As coisas tangíveis</div>
<div style="text-align: center;">
tornam-se insensíveis</div>
<div style="text-align: center;">
à palma da mão.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Mas as coisas findas,</div>
<div style="text-align: center;">
muito mais que lindas,</div>
<div style="text-align: center;">
essas ficarão.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-47468098429926389952013-04-04T23:54:00.002-03:002013-04-04T23:54:52.782-03:00A Conclusão<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Depois de um <b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQftSYnesCBTDdIGyuXEAYpe6yp2jdcYWIrCkfJ9t06KzYFQLZ7REHYCvbHLVSaTDiv_O7PEwiho216XPbtgEJXczIMgRVQgQO5pNiuuwh1EG98sgKNAkxoGaDpCmIXPBQNiEzLw429Xs/s320/1+a+1+a+a+a+a+a+evento+4+de+abril+ufrj.png" target="_blank">debate</a></b> incrível, com pessoas incríveis e a percepção de que nunca me senti tão plena, a conclusão: dói desconstruir o mundo diariamente, mas ser feminista é uma delícia. Mesmo que só às vezes.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-67249693342960360042013-03-31T15:15:00.000-03:002013-03-31T15:15:13.922-03:00Mensagem Numa Garrafa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Fuxicando meus arquivos de blogs e diários, notei uma tendência a escrever bastante no fim e/ou início do ano. Os dois extremos são épocas geralmente complicadas: no início estou nervosa em vista de tudo o que tenho a fazer, no fim estou exausta e já antecipando mais exaustão para o novo ano. Infelizmente, estou no momento da ansiedade pelas mil coisas a fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma coisa que está ajudando 2013 a ser menos pesado é me livrar de tudo o que me machucou em 2012. São coisas e pessoas que, pesando numa balança (e eu realmente peso antes de agir), me faziam mais mal do que bem. Relações desgastadas, que não teriam mais como ser remendadas de modo algum. Talvez até tivesse como consertar, mas quando o trabalho não parece valer a pena, você sabe que a amizade acabou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que ontem, com um ato relativamente simbólico, terminei uma amizade. Ou melhor, uma possível amizade. Sabem aquela pessoa que você olha de cara e se identifica? Foi assim que me senti no nosso primeiro contato. Parecia que eu teria ótimas conversas, trocas de ideias e riria muito com ela. Com o passar do tempo, isso foi acontecendo. Mas aí, veio tanta coisa no meio...outras pessoas, brigas com essas pessoas, muito choro. E foi quando notei que eu e minha quase-amiga discordávamos em muitos pontos, pontos estes que afetam relacionamentos. Quando discordo de ideias religiosas de uma amiga, por exemplo, isso não influencia em muita coisa. Já discordar de como se deve agir, como se deve ser ético e como se deve tratar o outro são fatores pesados demais para uma amizade inicial aguentar. A nossa não aguentou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi145SDfZWNi8my2H4hx0YMMQvTG_UEV0YIr6UhAxoNOZPggzy9e9H3dKod0kKd5NZEvbsJRzyF3ZQWcshVCj0DsHTzr0ansXMLTx-oFjLtLBkfr55l11iq204YGUhujzsjGWY-2T5mXco/s1600/adeus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi145SDfZWNi8my2H4hx0YMMQvTG_UEV0YIr6UhAxoNOZPggzy9e9H3dKod0kKd5NZEvbsJRzyF3ZQWcshVCj0DsHTzr0ansXMLTx-oFjLtLBkfr55l11iq204YGUhujzsjGWY-2T5mXco/s400/adeus.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante um tempo, tentei ignorar a certeza de que aquela amizade não daria certo. Vinham todas as provas da furada que seria aquilo, mas eu estava tão apegada ao que poderia ser que tapava os ouvidos, fechava os olhos e cantava "lálálálálá" até tudo passar. Mas chega uma hora em que a gente tem que finalizar os ciclos. Essa pessoa cortou o último laço que nos prendia e, sinceramente, achei muito digno e corajoso de sua parte. Não consegui nem sentir raiva. Eu fui covarde e me fingia de cega para não ter que fazer isso, porque sempre dói cortar um laço. Sinto o afastamento de gente que só me fez mal, imagina se não seria assim com alguém com quem nem briguei? Mas é tudo parte da vida e, surpreendentemente, estou lidando melhor com esses eventos. Serão os 21 anos?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQzL-vBiE3kxyVhS0wDPLPoiS_mBJbk6xTIsbW7Dv5DejSTO3_cgrQqC69s7vKU2Y1-Va6fA4BiQ2LRQlJNvxBdEDEyEmVBuFCIaDgcCB-eOLR1TYGQbWhGyXwQkuG_xRHP14UL_D63nk/s1600/botlle.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQzL-vBiE3kxyVhS0wDPLPoiS_mBJbk6xTIsbW7Dv5DejSTO3_cgrQqC69s7vKU2Y1-Va6fA4BiQ2LRQlJNvxBdEDEyEmVBuFCIaDgcCB-eOLR1TYGQbWhGyXwQkuG_xRHP14UL_D63nk/s200/botlle.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo sabendo que foi melhor assim, eu gosto de me despedir direito das pessoas. Só que (demorou, mas) já entendi que as pessoas não gostam muito de discursos de fim de amizade. Uma pena, porque eu acho bonito dar um adeus final, falar do que foi bom, essas coisas. Já entendi que seria altamente esquisito chamar a pessoa para fazer isto, até porque acho que ela se sentiria muito magoada. Foi aí que lembrei daquele filme, <i>Uma Carta de Amor</i>. Nunca assisti, mas pelo que vi nos comerciais do SBT, um cara joga uma daquelas mensagens dentro de garrafas ao mar e uma moça a encontra. Como acho que a pessoa não tem acesso ao meu blog pessoal — não tenho mais certeza de <b>nada</b> na internet depois de tudo que vivi ano passado —, a carta a seguir vai ser como uma dessas mensagens. Vou jogá-la no mar que é a internet e talvez ela chegue a alguém que não é a pessoa, mas que vai ler a mensagem e pensar nela de alguma forma. Sim, <b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=MbXWrmQW-OE" target="_blank">isto</a></b> está tocando na minha mente sem interrupção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Minha doce ex-quase-amiga (estou brega²)</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Sinto muito por as coisas não terem dado certo entre nós. Eu sei que poderia ter feito mais para evitar que chegasse um momento assim, de escrever uma carta à distância, mas realmente não dava mais. Para ficar perto de você, eu também teria que ficar perto de ideias, ações e pessoas que me causam muita dor. Eu não quero mais sofrer por coisas que posso controlar, então você foi uma das coisas boas que perdi nesse processo de tirar da minha vida o que me faz mal.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você é uma pessoa fantástica. Meio confusa, sensível até demais, mas fantástica. Eu gosto da sua energia, da sua enorme disposição em rir da própria dor e do seu esforço para transformar seus sonhos em realidade. Você é uma moça muito determinada, isto é claro. Também noto certa ingenuidade, uma falta de cuidado que a faz ficar muito exposta emocionalmente. Tome cuidado com isso. Todos temos coisas boas e ruins dentro de nós, faz parte de ser humano. Minha impressão é que quando você expõe o que há de ruim em você, muitos se aproximam demonstrando amor e jogando flores, então você fica presa àquilo. Na minha pouca experiência de vida, me fizeram bem os amigos que me apoiaram nos bons e maus momentos, mas que deixaram bem claro quando eu estava sendo uma bela de uma cuzona e que aquilo não era legal. Abra seu coração para quem acolhe o pior de você, não quem o estimula.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Já me disseram que sou presunçosa mais de uma vez, e devo ser mesmo. Você não tem que concordar com nada do que eu disse, até porque eu a conheci pouco e nem chegamos à amizade mesmo. Mas em algum momento e em algum lugar, eu precisava escrever tudo o que disse no parágrafo anterior. Não quero magoar você, nunca quis. Se o fiz, não foi intencional e peço desculpas por isso.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você tem mais potencial do que percebe, e até mesmo do que os outros enxergam. Tente não deixar isso se perder. Explorando coisas novas, você não vai afastar quem já gosta de você pelo que faz. Muito provavelmente, vai é encantar mais gente ainda e expandir seu círculo de amizades. Não deixe o público ditar seus passos, deixe a sua criatividade falar mais alto. Foi ela que trouxe você até nós. É ela que vai levá-la até todos os lugares onde você pode ir. E, acredite, você pode ir muito longe.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Cuide da sua saúde, pois sempre me pareceu que a senhorita a deixava de lado nas madrugadas cheias de trabalho. Dê mais espaço aos outros, às vezes você é invasiva e não dá para saber se está brincando ou não (é meio assustador, confesso). Não deixe sair impune ninguém que lhe machuque aberta e voluntariamente, porque não é justo receber isso quando não se faz. Saia mais, corra pelos campos, dance e pule por aí (essa dica também vale para mim). Sei que você já se ama mais do que antigamente, mas ainda falta muito para você se dar o amor que alguém como você merece. (Se) Ame mais. Seja feliz pra caramba.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nossa amizade não deu certo, mas realmente lhe desejo tudo de mais bonito, doce, colorido e brilhante que a vida possa oferecer. Não pudemos compartilhar isso juntas, então faça-o com outras pessoas. Dê à elas todos os sorrisos mais alegres e sinceros do mundo. E desculpa pela breguice, é que eu fico assim falando dos outros.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ontem li um tweet de uma moça falando que encontrou num show duas pessoas queridas que não faziam mais parte de sua vida, mas que olhou para ambas, à distância, e desejou coisas boas. Acho que o tweet não foi nada disso e eu o interpretei assim, mas o ponto é: sempre que eu olhar para você de longe, vou querer que seja feliz. Sentir isso é o lado bom de a gente ter parado antes de nos magoarmos mutuamente.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Como eu dizia antigamente aqui na internet, abraços com felicidades para você. Adeus,</i></div>
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<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Carol</i></div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-66363802658098098992013-03-30T23:35:00.003-03:002013-03-30T23:35:37.638-03:00Aleluia, Sábado de Awkward!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMfZEi54fcGRS8DapDtbWoDi_l8GZewUNra9VCDdLLRPdXkK9BkhN3o2LDfVgBgHgE0FgnHh7QEdDHmkOg9OAx8rrhk0jk_eyfNYLqgzRpmqRs7pnTE8aZWDri8H9tN6Mx5J36FEWs9wg/s1600/Awkward_TV_series.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMfZEi54fcGRS8DapDtbWoDi_l8GZewUNra9VCDdLLRPdXkK9BkhN3o2LDfVgBgHgE0FgnHh7QEdDHmkOg9OAx8rrhk0jk_eyfNYLqgzRpmqRs7pnTE8aZWDri8H9tN6Mx5J36FEWs9wg/s320/Awkward_TV_series.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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Não faço ideia do que seja Sábado de Aleluia, mas se é dia de ficar em casa, eu curto. Infelizmente, tive que cumprir aquilo que a gente chama de "obrigação familiar" e vim ver meus avós. Não sou daquele tipo escroto que reclama quando tem que ver a família, mas hoje <b><u>não</u></b> é o dia para isso. Sabem o post ansioso de dois dias atrás? Ainda está me perseguindo. Como consequência, tenho refletido bastante e meu humor não está lá muito legal. Não gosto de ver meus avós com essa carinha azeda, mas tá difícil. Fui levada pela corrente do "O que vou fazer? Como vou começar a trabalhar? Como vou conseguir morar sozinha?". É complicado ser legal com alguém tendo tudo isso em mente.</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXNNBifa6-DYL7KvxVfWLVPu82bXmHxhR0YDR0fU6nrgK_u_u8W0kAOUcwwPHpr3stBCa1Gp_cj41hApzrORNu-CLdZB8PU8Atg5XN2Ntfnys_sWtAapgRc7hM4_r8IDe3sHY5bYpGBoU/s1600/blog_awkward_48.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXNNBifa6-DYL7KvxVfWLVPu82bXmHxhR0YDR0fU6nrgK_u_u8W0kAOUcwwPHpr3stBCa1Gp_cj41hApzrORNu-CLdZB8PU8Atg5XN2Ntfnys_sWtAapgRc7hM4_r8IDe3sHY5bYpGBoU/s200/blog_awkward_48.jpg" width="200" /></a></div>
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Para não enlouquecer no feriado, comecei a baixar e assistir a uma série chamada <i>Awkward</i>. Vi o comercial na MTV e achei a história divertida, mas a série não é bem o que eu esperava. A coisa é mais ou menos assim: Jenna é uma adolescente daquelas que se sentem invisíveis. Ela tem um blog, que não compartilha com os amigos, onde escreve bastante e reflete sobre o que acontece no seu cotidiano. Só o blog e suas amigas sabem do seu interesse por Matt, cara gatíssimo da escola que tem um belo sorriso (comentário pessoal). Nas férias de verão, Matt e Jenna transaram durante um acampamento, de modo casual e inesperado. No retorno à escola, logo no início Jenna sente que sua vida não mudará e fica de mimimi adolescente em seu blog, como sempre. Quando vai tomar banho, lê uma carta que recebeu. O conteúdo da carta é cruel, diz que ninguém daria por sua falta caso morresse e que ela deve se expor mais. É aí que acontece o maior mal-entendido do século: seus remédios caem no chão do banheiro, o secador cai na banheira, ela cai junto e ao acordar do trauma, descobre que todos acreditam que tentou cometer suicídio. E a fama de suicida a persegue na escola.</div>
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<br /></div>
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Jenna começa uma espécie de relacionamento amoroso com Matty, que só quer ficar com ela às escondidas por medo do que os outros pensam. Como se já não fosse ruim o suficiente, tem que lidar com uma mãe que só pensa em aparência e faz todo o esforço para que Jenna não se aceite e com Sadie, uma líder de torcida "gorda" (não consigo achá-la gorda) que gosta de Matty e não desiste de fazer da sua vida um inferno.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo muito bem e muito legal. Parecia ser uma série sobre autoaceitação, mas o foco foi se desviando cada vez mais disso e se voltando para os romances da vida de Jenna. Jenna com Matty, Jenna com Jake, rapazes brigando por Jenna, Jenna com inveja, alguém com inveja de Jenna...uma série com premissa boa, personagens relativamente reais e um roteiro legal se perdeu e virou apenas mais um romance adolescente. O que mais me incomoda é o desperdício das tramas femininas. O modo como as mulheres da história veem a si próprias e umas às outras é problemático e isso afeta suas relações tanto umas com as outras quanto com os rapazes. Até onde vi (quase todos os episódios), esse problema não está sendo trabalhado na raiz, que é a auto-imagem. O que vem acontecendo é, por exemplo, Jenna pular de um namoro para o outro em vez de pensar no porquê de suas relações estarem tão enroladas. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBo0Q5q_wApPL4E2Xnn4wT2PBa3vfR-JIYkTghhsNoZ6E7pAk5q5R5mPKbcKo-6XIrxep-xR7AGSECOkSyR2r6r5CF9gSkSZBwb7Uv4HrKOez35tUn8g6hu-YtacUc1TLEPyt1_NTQ5vE/s1600/072512_awkward_featured120725124205.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBo0Q5q_wApPL4E2Xnn4wT2PBa3vfR-JIYkTghhsNoZ6E7pAk5q5R5mPKbcKo-6XIrxep-xR7AGSECOkSyR2r6r5CF9gSkSZBwb7Uv4HrKOez35tUn8g6hu-YtacUc1TLEPyt1_NTQ5vE/s320/072512_awkward_featured120725124205.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jenna é uma personagem muito, muito boa. Quando é zoada na escola por seus seios serem pequenos, ela sabe que o problema está naquelas pessoas e em sua necessidade de fazer com que as outras se sintam menores apenas por serem como são. Sua desmiolada mãe, por outro lado, acha que o problema está nos seus seios e que a solução é Jenna pôr silicone. Jenna pergunta se sua mãe quer que ela desenvolva Transtorno Dismórfico Corporal, ao que sua mãe responde: "você fala como se isso fosse algo ruim!". Jenna apenas revira os olhos. Como sempre, não deve ouvir sua mãe. Ela gosta de si mesma, mas todo santo dia tem que enfrentar alguém que se esforça para que ela se odeie. Sua mãe é como essa voz interna que enxerga e ressalta tudo de errado nela, e rejeitando o que ela diz (mesmo ficando em dúvida às vezes), Jenna se aceita cada vez mais. Até porque se ela ouvir o que diz, vai acabar escrava da aparência como sua mãe é até hoje.</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho2TJ3uxSAJpn9ArN22vIVLJRq6BfTfubv5xUoz9PrYnQ_2mctVNPS2GWI5YWiMdq43hbAw7SkRrVzPsnMb6blgSKyYH-DUwXm13DHGRThzY31tLaEXHoITeK2vUTm4RUCm5b3w6YU0xc/s1600/sadie+saxton.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="125" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho2TJ3uxSAJpn9ArN22vIVLJRq6BfTfubv5xUoz9PrYnQ_2mctVNPS2GWI5YWiMdq43hbAw7SkRrVzPsnMb6blgSKyYH-DUwXm13DHGRThzY31tLaEXHoITeK2vUTm4RUCm5b3w6YU0xc/s200/sadie+saxton.jpg" width="200" /></a>O desperdício do potencial de Jenna me entristece, mas o de Sadie me deixa arrasada. Aquele personagem é sensacional e fundamental. Digo fundamental porque estamos vivendo um momento desesperador no que concerne à auto-imagem: as jovens se odeiam, se maltratam e fazem de tudo para serem aceitas. Sadie "comprou" sua popularidade, pois tem família rica. Todos sabem que gordas não podem ser líderes de torcida, nem populares, nem nada que seja considerado bom. Sadie vestiu a carapuça e é tão malvada quanto uma <i>cheeleader</i> pode ser, e a série deixa muito claro que faz isto como estratégia de defesa. Ela luta contra o peso todo dia, não aguenta mais regular o que come, morre de medo de não ser amada e sofre por ver todas as outras meninas "perfeitas" que a rodeiam. Neste momento <b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=69bT0vCQW_I">aqui</a> (</b>em inglês), ela faz um desabafo sobre sua luta contra o peso. A resposta de sua mãe é que ela deve continuar se esforçando para anotar tudo o que come. <i>Awkward</i> não deixa essas meninas isoladas, agredindo umas às outras como se isso fosse apenas pessoal. As mãe são assim com elas porque outras foram assim com elas e essa porcaria nunca tem fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo isso está sendo deixado de lado durante toda a segunda temporada, que está toda voltada para o triângulo amoroso Jenna-Matty-Jake. Sério. Toda vez que um princípio de relacionamento entre Jenna e Sadie se insinua, deixam de lado e logo voltam para o romance. É bem decepcionante ver isto acontecendo, especialmente porque Jenna sabe que Sadie se odeia e se defende quando é necessário (a Sadie exagera), mas se nega a usar os pontos fracos de Sadie para humilhá-la. Vê-la descobrindo uma à outra e melhorando como pessoas seria incrível. E olha, estou há quase quatro anos vendo filmes indianos e o que mais vejo é triângulo amoroso. Vocês poderiam estar desenvolvendo essa coisa romântica de modo muito mais interessante. Tá chato, tá bobo, tá desperdício de personagens fantásticas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3SLoDDPJkBPFGzlYAoHTjFm9IBTyb9nRo3I8wnIL4UrhymJEfTt-oTIXx4-2VOJH6clbRcJSJ0GA0WeP2A-IxObrLYsnwQVHIVIDJYTBZw7auAsJbzdYlTlShwk4dcP0MfSTDPgiGVyk/s1600/AwkwardFinale_jpg_627x325_crop_upscale_q85.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3SLoDDPJkBPFGzlYAoHTjFm9IBTyb9nRo3I8wnIL4UrhymJEfTt-oTIXx4-2VOJH6clbRcJSJ0GA0WeP2A-IxObrLYsnwQVHIVIDJYTBZw7auAsJbzdYlTlShwk4dcP0MfSTDPgiGVyk/s400/AwkwardFinale_jpg_627x325_crop_upscale_q85.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A cara da Alexis Bledel.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, viram por que estou curtindo tanto <i>Awkward</i>? Falar da série me distrai daqueles pensamentos cansativos sobre futuro. Apesar de toda a minha decepção, o roteiro é bem engraçado e os episódios de 20 minutos parecem durar mais, de tanto que conseguem desenvolver a história nesse curto período de tempo. Além disso, é bom ver uma protagonista que escreve para tentar se entender melhor. Como pessoa que tem diários (escritos à mão, olha que <i>vintage</i>!), uns 15 blogs e reflexões até nas notinhas do celular, realmente adorei e me identifiquei com o hábito da personagem. <i>Awkward</i> é bem gostosa de se assistir e mesmo que (por enquanto)não atenda à maioria das minhas expectativas, tem feito desse feriado um período menos angustiante do que a minha cabecinha tentou fazer.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-50828223993903792192013-03-29T23:52:00.000-03:002013-03-29T23:52:58.622-03:00I Can't Stay<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Primeira música de que (realmente) gosto dos Killers. Deve fazer duas semanas que a ouço pelos fones de ouvido do celular, enquanto giro os fios quebrados e tento fazer o som sair. A letra me parece algo que só vou entender num momento qualquer que eu estiver vivendo, quando ela começará a tocar na minha cabeça e fará todo o sentido naquela experiência.<br />
<br />
Até lá, vou ficar só com a sensação boa que dá no coração ao ouvir o vocal repetir, infinitas e infelizes vezes, que não pode ficar.<br />
<br />
.
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/HD1TwAxD4TM?rel=0" width="480"></iframe>
</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-22327172560483486122013-03-28T22:27:00.002-03:002013-03-28T22:27:53.911-03:00O Princípio Do Fim<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Pois bem, amigos, o último ano da faculdade finalmente chegou. A matéria da monografia já está na minha inscrição, atendo pacientes, calouros são pessoas inexistentes na minha vida e faltam menos de 12 meses para eu ter registro profissional. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Carol alterou seu status para: <u>seriamente apavorada</u></b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em dezembro, eu era apenas uma pessoa correndo para concluir matérias e colar bacharel. Aí acordei e dei de cara com esta pessoa que não dorme direito tentando montar um plano de vida pós-graduação. Todo o Instituto de Psicologia parece estar imerso no mesmo clima. Quando não sou eu a fazê-lo primeiro, logo chega alguém para me perguntar o que vou fazer da vida. "E aí, o que tá pensando em fazer?". "Vida" é uma palavra tão simples, geral e ansiogênica! Quando a pergunta é jogada no ar, a primeira reação de quem responde é dar um sorriso, logo seguido por um suspiro nervoso. Enquanto vamos respondendo com palavras soltas ("mestrado", "clínica", "concurso"), sabemos que o outro está esperando a palavra mágica, aquela que lhe dará um caminho seguro para também seguir. Nós sabemos que 99, 9% das pessoas não tem um futuro certo naquele curso e que é inútil perguntar o que farão, mas perguntar acalma. Nos faz sentir que estamos fazendo algo, que estamos buscando, que pelo menos estamos em movimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, os breves momentos em que me iludo não dão conta da ansiedade e logo sento para pensar e pesquisar a sério minhas possibilidades. E vê-las poucas e sem solidez me desespera, porque preciso trabalhar e ajudar em casa quando me formar (na verdade, preciso desde sempre). Por sorte, já internalizei a voz da minha terapeuta e tenho conseguido suspender o desespero por problemas que ainda não existem (não me formei ainda, não é?) e me focar nos que se apresentam agora (antes da formação, há uma montanha chamada MONOGRAFIA a conquistar).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2013 nem fingiu que seria leve e já de cara trouxe os despertadores, lanchinhos corridos, cochilos no trânsito e choros de cansaço às onze da noite. O fim está no comecinho. Depois conto pra vocês se descobri a palavra mágica.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-83339125449053580392012-10-16T20:57:00.002-03:002012-10-16T20:57:29.096-03:00Criança Também Sofre<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Há vezes em que sinto raiva quando ouço alguém falando sobre a ''inocência'' da infância, como eu mesma tantas vezes fiz. Não apenas sobre a tal inocência, mas sobre a ''despreocupação'', a ''tranquilidade''...parece que a gente fica criando uma lembrança utópica da infância, sabe-se lá por quê. Deve ser para preencher o espaço da memória, já que não elaborávamos tão bem as experiências como o fazemos depois de crescer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando sinto raiva, geralmente é porque a pessoa com quem estou conversando fala de alguma criança como se ela não sentisse e pensasse. Minha família, apesar de amorosa, é craque nisso. Tenho uma prima adolescente que está acostumada desde sempre a ter suas experiências desmerecidas pelos parentes. Quando termina um namoro, encaram como palhaçada. Se briga com uma amiga, deveria arrumar mais o que fazer em vez de ficar chorando. Ao se preocupar com o sofrimento de outra amiga, mal ouvem o que conta. O mundo dela se resume a escola e amigos. Quando ela tem um problema em ambas as dimensões, o todo de sua vida fica abalado. Não é para chorar? Não é para sofrer? É claro que ela exagera, e muito. Eu exagerei, minha tia exagerou, todos exageramos na infância, na adolescência e sempre. O que me incomoda é ser tão pouca a abertura para o sofrimento dela. A menina ainda nem tem 18 anos, então não acho que seja demais esperar que tenham um pouco de compreensão com suas experiências. Ela está testando o mundo, descobrindo como nele agir de acordo com o que acontece na escola, no prédio, enfim, nas esferas sociais que habita. Quero que a ouçam e que a acolham, não que a deixem sem o auxílio de pessoas mais experientes que possam ajudá-la a significar melhor o que experiencia na adolescência, que está sendo tão complicada para ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De perfeita não tenho nada. Muitas vezes, por vezes até demais, me diverti com os enormes dramas por ela criados (logo a drama queen, hein?). Em minha defesa, digo que ao menos estou sempre repensando minhas atitudes e crenças. E tento dar todo o suporte possível quando estou com ela. Minha prima precisa tanto de carinho e orientação que me comove. É uma menina boa e meio perdida nas ideias, apesar de não tão perdida quanto este texto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para fingir alguma ligação com o início: ouçam as crianças, acolham suas emoções e experiências, não achem que suas vidas são um belo e calmo mar de despreocupações. Há muito mais causas de sofrimento no mundo do que o mercado de trabalho e problemas de adultos.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-7759446024139391522012-10-16T20:21:00.000-03:002012-10-16T20:21:15.175-03:00Então, eu corro demais.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
As últimas semanas foram difíceis. Tensões online, crises de ansiedade, abandono do Facebook, provas, início do trabalho em cima da ansiedade social na terapia. Me pergunto como é que a gente consegue se deixar levar por esse ritmo louco, ou pior, construir uma vida ditada por ele. Quando foi que minha vida deixou se ser minha, quando foi que perdi o controle? E por mais quantas vezes vou fazer esses questionamentos, encontrar um ritmo saudável e voltar a fazer tudo igual?</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-57467979678329573432012-09-28T23:05:00.002-03:002012-09-28T23:13:06.388-03:00Só falta uma coisinha<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Dia lindo de evento científico no centro da cidade. Eu, feliz como há tempos não estava. Orgulhosa de mim, da minha equipe e da minha supervisora 1 (tenho duas), que é fantástica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só fica faltando uma coisa: a formação sócio-política (essa expressão existe?). Ainda me parece fraquinha, rasinha, a gente não sabe falar muito bem dessas coisas. A gente fala dos tiros que mataram o filho da mulher e de como isso a fez desenvolver o trauma, mas fala pouco desse meio social que faz morrer o jovem negro e pobre. Como a nossa terapia é recente e já tem muita coisa boa, fico só de olho para ver como incluir essa parte do conhecimento que nem eu tenho ainda. Mas ficarei de olho e vou me (in) formando.</div>
</div>
Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-80541145817521722662012-07-04T00:55:00.000-03:002012-07-04T00:55:08.915-03:00The Officeando<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<i>Minha universidade está em greve</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(t</i><i style="background-color: white;">inha um episódio The Office no meio do caminho)</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Minhas supervisoras estão passando muito trabalho</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(no meio do caminho, tinha um episódio The Office)</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Há matéria atrasada de Psicopatologia</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(t</i><i style="background-color: white;">inha um episódio The Office no meio do caminho)</i>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Também há os capítulos do livro que comprei</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(no meio do caminho, tinha um episódio The Office)</i>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Tenho que terminar de fazer uma legenda</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(t</i><i style="background-color: white;">inha um episódio The Office no meio do caminho)</i>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i style="background-color: white;"><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i style="background-color: white;">Há as metas de terapia para serem cumpridas.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(no meio do caminho, tinha um episódio The Office)</i>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nada disso rima,</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nada faz sentido,</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nem precisa ter ritmo.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Porque enquanto perco tempo aqui...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Há mais que um episódio de The Office,</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Há uma temporada inteira de The Office no meio do caminho!</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-26148868595759097962012-06-28T18:29:00.000-03:002012-06-28T18:29:06.540-03:00Carolzita no fabuloso mundo do papel contact<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Ontem chegou pelo correio um livro que queria já há uns dois anos. Abri o pacote e ele estava lindo, cheiroso, novo em folha. Só que a capa é mole e fiquei preocupada: como conservá-lo? Tive medo de que acontecesse o mesmo com uns livros da Penguin que venho comprando. São mais baratos, mas a capa é tão frágil que é isto o que acontece:</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOF2C8lN9u1MJKv8WnNSNdDf7Uo-2VQ9iKBfZ2M_wriT9j9sRp9gZ9FX2XNfcuPc-027vZD8waXCm9bdYe4O5g1AtAz_mD4GQz6QxpT7SDWrDVd_q3pSVNCutNUhJQGxOc2MSxKEkdKE0/s1600/Mansfield+Rasgado.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOF2C8lN9u1MJKv8WnNSNdDf7Uo-2VQ9iKBfZ2M_wriT9j9sRp9gZ9FX2XNfcuPc-027vZD8waXCm9bdYe4O5g1AtAz_mD4GQz6QxpT7SDWrDVd_q3pSVNCutNUhJQGxOc2MSxKEkdKE0/s320/Mansfield+Rasgado.JPG" width="240" /></a></div>
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Isto me incomoda muito, e olha que sou das pessoas menos preocupadas com livros "bonitos". Se alguém devolve um livro meu com uma orelha ou outra , alguns amassadinhos e desculpas, nem esquento a cabeça. Digo isso porque já vi gente chorando quando viu que seus livros estavam com amassados (esta é a palavra?) mínimos, estando o conteúdo das páginas em perfeito estado. Minha questão é que os livros durem o máximo possível, e capas caindo não fazem parte deste cenário. </div>
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Querendo proteger meu novo <strike>filho</strike> livro, lembrei que a bibliotecária da minha escola sempre encapava os livros da biblioteca com um plástico transparente, que uma amiga me disse se chamar <i>papel contact</i>. A bibliotecária sempre encapava de um modo que fazia o livro ficar com uma ponta dura que invariavelmente me arranhava, mas funcionava. O livro durava. Então, fui na lojinha ali de baixo e comprei muuuito papel contact para encapar o livro novo e todos os outros que precisassem de proteção.</div>
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Acho que nunca comentei aqui sobre o quanto sou horrível com trabalhos manuais. Toda a matéria-prima do mundo agradece aos céus por eu não tentar fazer artesanato, mas o papel contact não teve tanta sorte e cismei que queria encapar o livro sozinha. Minha mãe quis que eu deixasse a função com a minha avó - que é ótima nessas coisas -, mas um senso de independência que não me vem para trabalhos domésticos tomou conta do meu ser. Eu ia encapar aquilo e ia arrasar!</div>
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Claro que olhei para o papel contact e não tive ideia do que fazer. Minha mãe também não sabe fazer isso e tive que pedir ajuda ao amigo de todos, sempre presente: Youtube. Encontrei <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=pwBOV-IS1eU">este</a></b> vídeo de uma mulher maravilhosa, generosa e salvadora de dinheiro investido em papel contact. Sofri bastante com a parte de cortar o papel sem encostar no plástico, e a dificuldade foi aumentada por ter feito o trabalho na bandeja do teclado, em vez de na mesa da sala. Ainda assim, consegui! É claro que não ficou perfeito e lisinho, mas eu só queria meu livro protegido mesmo.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuwhh9-tgWOlAMXmQcWyzNM7VuicHsilpeSSRDrGZqyEOqfbTlLd7P-dJ9PpheImfPmi9-Buz-XXiT_VaPkhuRt8PNkpFqsMNv507hGKgEyjdg8CarWf-5n-3xcpACaUvJb_IgomJ1Al8/s1600/DSC01883.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuwhh9-tgWOlAMXmQcWyzNM7VuicHsilpeSSRDrGZqyEOqfbTlLd7P-dJ9PpheImfPmi9-Buz-XXiT_VaPkhuRt8PNkpFqsMNv507hGKgEyjdg8CarWf-5n-3xcpACaUvJb_IgomJ1Al8/s320/DSC01883.JPG" width="240" /></a></div>
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Na foto seguinte não dá para ver quase diferença nenhuma e não coloquei o livro na mesma posição porque a foto de antes foi tirada ontem, quando eu não tinha pensado em escrever sobre este assunto tão importante.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7cBsFKpLp8dFyNt9yHn3pyOA0N6fQc_ld5oNuzM1w1-cfKnmYeme_mGfqKoL0uRm7EmVwuxlwcoAJoNBo67DGYspfKkgbGCvF507Xs285DEyzQURhly5-p_Dn66jmqm2BIxCNjoW4KW0/s1600/Livro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7cBsFKpLp8dFyNt9yHn3pyOA0N6fQc_ld5oNuzM1w1-cfKnmYeme_mGfqKoL0uRm7EmVwuxlwcoAJoNBo67DGYspfKkgbGCvF507Xs285DEyzQURhly5-p_Dn66jmqm2BIxCNjoW4KW0/s400/Livro.jpg" width="400" /></a></div>
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A moral do dia é: não há papel contact que derrube a força de vontade.</div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/xdCrZfTkG1c?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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</div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-21836498918647991002012-06-06T08:20:00.000-03:002012-06-06T08:20:07.442-03:00Hora de me pensar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Escrevo diários desde 2006. Antes escrevia quase diariamente, agora é lucro se apareço uma vez por mês. Porém, há uma atividade iniciada com meus diários que nunca abandono: minha auto-reflexão de fim de ano. Ela não precisa ser necessariamente no diário, já até fiz algumas aqui ou apenas fiquei deitada pensando. Reflito sobre tudo o que fiz e aconteceu comigo, se estou satisfeita, o que poderia melhorar, etc. Ao fim do ano passado, que foi dificílimo, estava feliz comigo mesma e tinha muitos planos para 2012. Já 2012 está tão diferente que o processo de me pensar já começou agora, no meio do ano. </div>
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Não quero e nem vou citar nomes e fatos, apenas resumir o que vem ocorrendo: as pessoas estão se decepcionando comigo. Já sentiram raiva de mim na escola, mas não foi nada intenso. Já me acharam várias coisas. Mas decepção é uma coisa rara. Na verdade, tem muita coisa que ainda não experimentei dos outros em relação a mim por ter vivido uma infância e também uma adolescência focadas demais na minha vida adulta. Sendo assim, tive contato com poucas pessoas. Não consigo lembrar de um momento anterior em que havia tanta gente decepcionada comigo. E olha, está sendo difícil de lidar. São decepções por motivos diferentes e venho analisando tudo minuciosamente. Errei feio em uma delas, mas ao mesmo tempo senti um fundo de incompreensão do outro lado que não parece que vai sumir tão cedo. Na outra situação, a inflexibilidade da outra parte é tão assustadora (infinitamente mais que na primeira) e há uma interpretação tão torta das coisas que nem sei se um dia poderá ser resolvida. Na duas, concluí que há partes em que tenho razão e outras em que não. Só que não sei o que fazer a partir disto. É uma sensação assustadora. Quebrei a confiança total das pessoas, ou foram só expectativas pontuais com relação a mim? Já que não são amigos próximos e não dá para abordar o assunto, o que é que eu faço? Como ajo com essas pessoas a partir daqui? Tudo vai mudar? Virei outra pessoa aos olhos delas?</div>
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No meio deste processo de conhecer a decepção do outro, acabei descobrindo um novo nível de sensibilidade em mim. Não conseguia dormir direito, pensando e repensando sobre tudo isso por horas a fio, até pegar no sono. Chorei onde pude e onde ninguém pudesse ver, tentando me esvaziar desse peso todo. Gastei todo o meu tempo de terapia tentando me deixar convencer pela minha psicóloga de que meus pensamentos estavam distorcidos. Deixei de estudar coisas que amava e que não amava por não conseguir focar minha atenção nos textos por cinco minutos que fossem. Escrevi, escrevi, escrevi. Nas notas do celular, no registro de pensamentos, no diário, em inboxes do Facebook, aqui. Pensei bem mais do que escrevi. E não me abandonaram totalmente aqueles malditos pensamentos de que eu era horrível, de que não merecia a confiança das pessoas, de que não merecia nem que alguém gostasse de mim, de que as pessoas estavam me mostrando o que eu não sabia - que não apenas estou, mas <b>sou</b> toda errada -, de que eu deveria apenas ficar quieta no meu quarto.</div>
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As piores coisas de tudo isto são saber que isto é ó um drama desta minha cabecinha repleta de pensamentos disfuncionais e que as pessoas não devem passar nem um terço do tempo que gastei sem dormir por isso pelo menos pensando sobre o ocorrido. Isto tudo foi uma pedrinha em seus caminhos e uma montanha no cotidiano da recém-coroada Miss Sensibilidade 2012. Pela primeira vez em muito tempo, eu queria voltar no tempo e fazer diferente, pelo menos em uma das situações (sei que não mudaria nada na outra). Não que isto fosse mudar os problemas mais profundos que ela trouxe à tona, mas pelo menos eu poderia acordar sem pensar nessa bobagem toda e já me sentir triste desde o primeiro minuto do dia, não? Eu já era evitativa, agora estou começando com essa mania de fuga.</div>
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Apesar de ainda não estar lá muito bem, estou feliz por estar começando a pelo menos sair daquele estado de não querer levantar, sair, pensar ou comer direito. Vou ter de confessar que fiquei assustada comigo e senti medo por mim. ''Se perdi a vontade de fazer qualquer coisa por algo tão pequeno, como vou ter forças quando acontecerem coisas maiores?''. É, ainda não sei. Conhecer as pessoas de verdade sempre vai me reservar surpresas.</div>
</div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-18400774251040658662012-04-08T20:52:00.002-03:002012-04-08T20:52:45.282-03:00Transtorno do sei lá o que<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Ando com medo de escrever sobre qualquer coisa que não seja Bollywood. <i>Qualquer coisa</i>. Como vendo lendo muitas notícias sobre estúpidos grupos de ódio online, qualquer coisa me faz achar que vão ler meu texto e me perseguir. A parada está ficando séria.</div>
</div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-91070086889182970462012-01-30T23:26:00.000-02:002012-01-30T23:26:45.825-02:00O manual da melhor amiga<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Tenho consciência de não ter sido a adolescente mais fácil de lidar do mundo. Alguns (certo, muitos) até ririam do fato de eu usar o verbo no passado, mas repito pela trilhonésima vez que há uma diferença monstruosa entre os 15 e os 20 anos. Os <i>teens</i> se foram. Twenty. Vinte. Redondo, duas décadas. Pode ser pouco, mas alguma coisa eu já sei. E porque gosto de ser redundante, uma destas coisas é que não fui uma adolescente fácil.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desde nova eu queria ser ouvida e compreendida. Hoje percebo a injustiça de exigir compreensão quando nem você mesma sabe do que está falando, mas pedir justiça aos meus idos 15 anos também não tem nada de justo. De todo modo, eu precisava falar, e não era pouca coisa. Era um pouquinho mais sensível, filosófica e chatinha que a maior parte da minha família, que passava por coisas demais para poder gastar tempo com o pensar só pelo pensar. Eu era da primeira geração dos que podiam apenas estudar e ser crianças, então tive o privilégio das reflexões infinitas. Desejava compartilhá-las e até tentava, mas a falta de entendimento por parte da galera de casa me machucava muito. Aí transferi para a do colégio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não me lembro de um ano escola, do 1º período até o 3º ano, em que eu não tenha tido uma melhor amiga. Desde a Thaís, menina gordinha que brincava comigo no recreio, passando pela Rayanne, que fazia festas de aniversário para suas bonecas, e chegando à Patrícia, com quem eu discutia Harry Potter. Eu tinha outras amigas, mas a necessidade de classificar uma como "melhor" era forte. A melhor tinha que me ouvir sempre. Aguentar meus julgamentos. Me pedir ajuda quando precisasse e saber que eu também estava ali. Dividir comigo suas confissões de paixões platônicas e tratar as minhas com o maior respeito. E já disse que tinha de me ouvir sempre? Então.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acontece que eu sempre mudava de melhor amiga, porque qualquer coisinha que eu achasse meio contra a moral desclassificava a criatura para o posto. Um exemplo? Ficar com um garoto idiota. Ou melhor, que <i>eu</i> considerasse idiota. Mais um: ficar andando com uma turminha que <i>eu</i> considerasse sem futuro.Tanta, mas tanta coisa era fator de exclusão (serei justa: também havia alguns de reinclusão) que nem eu sabia quais eram todos. Como em inglês soa menos pior, podem me chamar de <i>a little bitch.</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;">Aí a escola acabou. Não havia mais uma fila de gente querendo ser minha melhor amiga. Entretanto, tinha gente querendo me conhecer e gostar de mim. Devo ter me assustado no início, mas depois veio um sentimento inesperado. Algo como liberdade. Existe desaperto? Invento agora: um desaperto no peito. Eu não precisava mais classificar ninguém num sistema estúpido que se transformava mais que o David Bowie. Podia contar com algumas pessoas mais ou menos, dependendo do momento. Felizmente há aquelas com as quais posso contar em mais momentos do que outras, mas se hoje sentir uma vontade de esfaqueá-la por um motivo qualquer, não é isto que vai me afastar e deixar de classificá-la como alguém importante na minha vida. Não amo ninguém todo dia. Parece que expandiu. Tem lugar para muita gente. Cada uma do seu jeito e sua necessidade, mas todas presentes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A linda e maravilhosa moral da história é que só hoje percebi ter finalmente parado com aquele movimento louco de busca dos melhores amigos. Não sei nem o que é "melhor", já que estou revendo vários conceitos. Hoje posso pelo menos dizer que aquela coisa de ter que ser menininha-virgem-boazinha já não faz parte da lista, um grande avanço. Acho que já conheci muita gente incrível fora dessas características. E para todas aquelas que sofreram nas mãos da <i>super julgadora little bitch</i>, só posso pedir desculpas, apesar de não me sentir muito no direito de falar por ela. Mas, perdão, de todo jeito. Vocês foram grandes, incríveis e fabulosas melhores amigas.</div></div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-12266835303049264242012-01-03T22:42:00.000-02:002012-01-03T22:42:12.025-02:00Primeiras reflexões sobre saúde mental<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Hoje cedo fui ao ambulatório para acompanhar as consultas dos pacientes com os psiquiatras. Acompanhei apenas uma paciente, que teve uma consulta bem longa e a experiência me fez pensar bastante sobre o conceito de saúde mental e o modo como as pessoas o encaram. Foram pensamentos simples, mas a gente tem que começar de algum lugar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vejam só, não sei falar bem destas coisas como tão competentemente o fazem alguns dos meus colegas de faculdade. Não sei dados, teóricos mais influentes, nada. Só o que percebo e sinto. E no momento, o que vejo está totalmente enviesado pela minha vivência enquanto estudante de Psicologia. No curso aprendemos a prestar uma atenção maior ao sofrimento humano e suas consequências. Estou começando a trabalhar num grupo que estuda o TEPT (Transtorno do Estresse Pós-Traumático), um transtorno de ansiedade que, resumidamente, teria três características principais: hiperestimulação autonômica, evitação e as famosas revivescências. Para dar um exemplo, imaginem que fulano A e fulano B foram assaltados. Assalto é algo que mexe com qualquer um, costuma deixar as pessoas mais prevenidas. Imaginem que os dois passaram por isto e ficaram abalados, mas o B teve uma reação diferente. Não consegue, de modo algum, passar pelo lugar do assalto e chegar perto de pessoas que se assemelhem ao assaltante. Está mais irritável, hipervigilante, se sobressaltando por qualquer coisa. Agora, o sintoma que considero mais instigante: o B fica revivendo o assalto como se estivesse ocorrendo. Não é simplesmente pensar quando se quiser. B está no meio da rua e sei lá, a buzina de um carro parecida com a que estava tocando na hora do assalto ativa toda uma rede que o coloca naquela situação outra vez.<span style="font-size: x-small;">* </span>A vida dele fica totalmente afetada por isto, não conseguindo mais desempenhar as atividades de antes. Pergunto: como vocês acham que uma pessoa desta consegue cozinhar, trabalhar, sair de casa? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguK_71WIZ9g__FKmAkpdr-5nZA91I2zOYKX98WD2b9sKe8f-nOLXZ7KtLnJgGrN9c2No_LdAk-J8i7aP8Ut6tq7xDSowzRybOUdFqgozlgUp-JKwVC5f_zdsB8jfKqQgZXUfQNNAsioso/s1600/SADE_M%257E1.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguK_71WIZ9g__FKmAkpdr-5nZA91I2zOYKX98WD2b9sKe8f-nOLXZ7KtLnJgGrN9c2No_LdAk-J8i7aP8Ut6tq7xDSowzRybOUdFqgozlgUp-JKwVC5f_zdsB8jfKqQgZXUfQNNAsioso/s200/SADE_M%257E1.JPG" width="199" /></a></div><div style="text-align: justify;">Muitas vezes não consegue, ou o faz com muito esforço. Mas não dá para ser como antes, tenho a impressão de que sua vida fica como que paralisada naquele acontecimento. Aí que entra todo o problema social. A doença mental não é vista seriamente. Sabem o famoso "ah, frescura!"? É bem por aí. O que mais ouço são as estagiárias relatando sobre como tiram sarro dos pacientes e diminuem sua condição. Este mundo é todo voltado para o visual, os cegos que o digam. E se você não pode estender seu braço para mostrar uma ferida ou apresentar o resultado de uma ressonância que seja, é como se o seu estado não fosse validado. Mesmo com a dor, o desespero e o sentimento de incapacidade. Se a coisa já é ruim no senso comum, tentem visualizar como é quando um profissional da saúde demonstra os mesmos preconceitos. Ouvi algumas histórias sobre como médicos do INSS não estendem as licenças dos nossos pacientes porque, <i>bem</i>, eles não tem nada. Se aquelas pessoas tremendo da cabeça aos pés e tendo lembranças intrusivas a todo momento não tem <i>nada</i>, sinto medo do que seria ter alguma coisa. A história se repete: são liberados para voltar ao trabalho e não aguentam um mês que seja, ou aguentam com muita coragem. Admiro muito os pacientes por isto. É demais para um ser humano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um dos comentários que mais me incomoda quando alguém diz que está passando por uma situação assim é "Ah, não fica pensando nisso!". A evitação que citei no exemplo é comportamental, mas os pacientes também evitam pensamentos. Segundo as pesquisas, quanto mais tenta-se suprimir os pensamentos, com mais força eles ficam. Ou seja, além de o sujeito aconselhar a pessoa a fazer algo que ela não consegue como se fosse a coisa mais simples do mundo, a estratégia ainda piora o estado dela. E muitas vezes nem é por maldade, mas desinformação proporcionada por um meio social que pouco se importa com a promoção de saúde mental.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Só que agora que tenho informação, não posso mais ficar com ela só para mim. Querendo ou não, vejo como meu dever ético compartilhar estas informações que considero tão importantes com o máximo de pessoas que puder. Se quem estiver lendo este texto acreditar em algo do que expliquei, mesmo que tenha sido de modo tão simplório, peço para que preste mais atenção ao seu semelhante e não diminua qualquer transtorno mental que ele tenha (acredite você ou não em transtornos mentais). Falei mais do TEPT porque é aquilo com que estou tendo maior contato agora, mas isto se estende até aquele "maluquinho" com quem as crianças ficam implicando na rua de casa. Ter respeito já ajuda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">*Se algum psicólogo ou psiquiatra um dia ler isto e algo estiver errado, perdoem a pobre mocinha confusa do 7º período.</span></div></div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-795776982103890918.post-51259544699236208752012-01-01T18:56:00.000-02:002012-01-01T18:56:35.020-02:001/1/12<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Passei uma virada de ano estranha. Pela primeira vez, minha família respeitou meus desejos e pude cumprir meus planos: ver uma comédia romântica, jogar The Sims 2, dormir. A estranheza está em realmente ter feito tudo o que queria e pela primeira vez sentir que essa coisa de novo ano não é tão incrível assim. Ou melhor, o novo ano é incrível, mas a noite, a contagem, a espera...nada disso me pareceu tão emocionante. Era só barulho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O filme, uma droga. <i>Sintonia de Amor</i>, 1993. Pensei que não pudesse errar com Tom Hanks e Meg Ryan, mas o novo ano já chegou me ensinando que nem isso é certo (alguma coisa é?). Não conseguia dormir e ao invés de me forçar a fazê-lo, como todos os dias, me mandei enrolar até não aguentar mais e ter como única saída um desmaio monumental na cama. Nesta envelheci no TS2, bati papo em inglês (e notei que sou uma droga nisto), baixei um programa doido, dancei Beatles às 6 da manhã (<i>Don't Ever Change</i>!), contei pra mim em segredo o meu maior desejo para 2012, recebi um tweet da minha entrevistadora indiana favorita. Aí veio o sono.<br />
<br />
Mais tarde, o mesmo de sempre: dor no corpo inteiro. Fiquei irritada com a constância da situação e decidi me utilizar da única arma que tinha: relaxamento muscular progressivo. Toda torta, insegura, sabendo que a respiração diafragmática não era daquele jeito, aí...<i>meldels, está funcionando!</i> Dei até uns pulinhos depois. É engraçado a primeira descoberta do ano ser algo que eu já sabia. Vou passar a prestar mais atenção nos conhecimentos que já tenho, talvez as soluções para vários problemas recentes estejam lá.<br />
<br />
Sem filmes desde que troquei de HD, ia ver alguma coisa indiana para tirar o desânimo com cinema trazido pelo filme do Tom Hanks. Só que fiquei olhando...parecia que <i>Meia-Noite em Paris</i> estava me chamando. Nem sei por que baixei esse filme, mas finalmente ele estava me interessando. Arrisquei. Minha mãe chegou aos 17 minutos e viu comigo. Muito, muito amor. Amei a história, o roteiro, ri demais do Adrien Brody dizendo <i>"Eu vejo um rinoceronte"</i>. Falo mais dele num daqueles posts sobre filmes e reflexões, gostei muito do último.<br />
<br />
Aí mandei altas mensagens cheias de amor no Facebook, mas não vou contar muito sobre isto. Tenho vergonha de publicar nos murais das pessoas, então vou lá nas mensagens e escrevo um monte. É tão bom compartilhar coisas boas, gente.<br />
<br />
E é isto. Sem moral da história, sem feliz para sempre. Na verdade, até que tem um final feliz: finalmente estou gostando/amando Woody Allen, meu corpo está o mais relaxado possível e estou pronta para voltar ao estágio. Já estou no clima de 2012.</div></div>Carol Juvenilhttp://www.blogger.com/profile/15549704202763990421noreply@blogger.com0