quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sobre o romantismo

O quão clichê é a máxima do "Vivendo e aprendendo"? Na minha vida é uma constante. Estava lendo superficialmente um post antigo meu (parece que 2009 foi há uma vida!) e fiquei surpresa com o quão intensamente a gente pode mudar num curto espaço de tempo. 

"Já que posso sonhar,sabe o que quero de verdade,com todo o meu coração e alma?Viver um filme romântico por um dia.Ops,errado!É viver um filme bollywoodiano super romântico por um dia.Um daqueles em que o amor é tão grande que me faz sentir tudo aquilo mesmo que os amantes sejam só personagens."

Hã...não. Não é que eu tenha deixado de acreditar no amor. O que surgiu em mim após algumas observações do mundo, reflexões e leituras foi um certo pavor do romantismo e do que ele causa nas pessoas. Não nas pessoas em geral, mas em algumas que conheci e em mim. Idealização é uma coisa muito perigosa porque pode nos fazer deixar de perceber as coisas boas e reais que temos por perto. Eu idealizava muito na época da escola. Queria tanto os amigos mais inteligentes do mundo que muitas vezes não notava a genialidade de quem estava ao meu redor. Queria tanto ser a pessoa mais inteligente já existente que não valorizava meus pequenos progressos. Nem mesmo sei se deixei algum rapaz muito legal passar, já que bons de verdade eram só aqueles carinhas dos filmes das gêmeas Olsen. A atitude de "esperar mais" da minha visão romântica muitas vezes não me permitiu aproveitar o inesperado.

Que fique bem claro: ainda
é um dos meus favoritos.
Meu primeiro filme indiano foi Kal Ho Naa Ho, que conta a história de um homem que muda a vida de uma mulher muito triste e de toda a sua família, mostrando a eles como amar a vida. O problema é que ele estava morrendo e apesar de apaixonado por ela, abriu mão deste amor e fez de tudo para que ela ficasse com outro, pois assim não ficaria sozinha quando ele morresse. Lembro do quanto chorei vendo aquele filme e de como minha reação a ele durante muito tempo foi pensar o quão incrível devia ser ter ao seu lado um cara que passasse o dia amando você, pensando no bem da sua família e fazendo mil esforços para garantir a sua felicidade. Ainda acredito que este tipo de pessoa exista, mas não mais considero como algo fabuloso, muito pelo contrário. Aos 19 anos me questiono se ele não tinha uma vida própria para cuidar, se não pensava que ela deveria fazer parte de escolhas tão importantes para a própria vida e imagino que seja insuportável uma pessoa que passe todo o tempo vivendo por e para mim. Sinto esta atitude muito mais saudável do que os dois extremos nos quais vivi: o já citado do extremo romantismo e o da total descrença na existência do amor.

Acredito que exista sim, essa coisa de amor maior que a vida, mas só se você se deixa acreditar e sente vontade de viver assim. E para que isto aconteça, os dois tem que ver a relação deste modo. Aqueles adolescentes que namoram há duas semanas e mandam infinitas mensagens jurando amor eterno provavelmente acreditam que o que compartilham seja maior que tudo. Como não é o que quero para mim, qualquer relacionamento que eu tiver vai estar dentro dos padrões do que considero bom para a minha vida: algo tranquilo, sem amor à primeira vista, sem sacrifícios transcendentais...só eu e ele sendo felizes juntos, seja lá quem ele for. Talvez uma pessoa de fora vejo aquilo como um relacionamento perfeito e ultra-romântico, Depende de como se interpreta.

Dar adeus oficialmente ao meu super-romantismo faz com que eu me sinta bem. Neste post falei sobre aceitação, que é o que estou fazendo comigo em diversos aspectos. Não tem problema gostar do simples — já entendi que o que muitos chamam de simples é o que mais me faz feliz. Também não tem problema gostar de segurança e rotina — já não está claro que, com exceção de um ou outro episódio de intenso tédio, adoro minha tranquilidade? E finalmente, com certeza não há problema algum em preferir um companheiro muito legal (e real) ao tal grande amor da minha vida. Afinal, quem disse que não é difícil encontrar alguém que realmente queira compartilhar e veja beleza nisto? Até dentro da minha visão menos romântica de amor tem dificuldades...não é só o príncipe no cavalo branco que está difícil de encontrar

Ps: procurando imagens para o post, encontrei blogs de meninas muito românticas (muito mesmo!). Espero que elas consigam encontrar o que procuram, e que suas expectativas sejam atendidas então.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mais um desabafo rápido

Desisto dessa droga, não entendo essa p* de Fenomenologia e tô com sono. A coisa é acordar 20 pras 5:00 de novo. NÃO SOU LEGAL COM SONO.

Desabafo rápido

Estudar NÃO é legal quando você acordou às 5 e tantas e às 22:00 ainda está fazendo um trabalhinho idiota e maldito. F* you, college.

Status: p*.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

...

Odeio a sensação de que sou muito nova, não sei de nada e vou ficar encantada com as coisas que escreverei quando for mais velha. O que resta é o desânimo com o que minha escrita transmite agora.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Dia da Independência...

...Independência não sei de quê, esse país sempre foi e continuará sendo dependente das outras nações (E.U.A, para ser exata) para o resto da vida. Dia da Independência é só motivo pra criança não ir à escola e pra Lula desfilar. Que nacionalismo barato."

Carol aos 13  anos.

"Feriadooooo! Vou me acabar de tanto filme indiano!"

Carol há 10 minutos.

O que 6 anos não mudam na vida de uma pessoa, hein?


domingo, 4 de setembro de 2011

Medo de gostar: not cool, yaar!

Durante esta semana eu estava conversando com a Ana, minha colega de turma e parceira de estágio (uma linda) sobre a diferença do como nos sentíamos no início da faculdade e agora. Percebi nela uma ansiedade muito parecida com a que eu tinha até uns dois períodos atrás: um medo de gostar do que se gosta. A questão é que gostamos do que estamos fazendo agora por muitas razões, sendo uma delas o fato de nos sentirmos seguras com isto. Muitas das teorias em Psicologia parecem "viajadas" demais, no sentido em que falam das pessoas como se fossem uma coisa meio etérea, poética, um treco flutuando no ar. Ainda tenho a vantagem de pelo menos gostar de ler sobre estas coisas (diferentemente dos meus amigos), mas não quero — e sinceramente, nem imagino como — trabalhar com isto. Na nossa área (Terapia Cognitivo-comportamental) é tudo muito mais prático, e o pessoal mais poético (quem lê acha que nem leio poesia) acha horrível. Mas acho os textos dessas outras bonitos, gosto de lê-los e concordo com muita coisa.

O problema surge quando a gente se sente mal por gostar do que gosta. Desde o 1º período, as pessoas ficam enfiando na nossa cabeça que não podemos ser dois istas: reducionistas e positivistas. O povo chama qualquer coisa de positivista. QUALQUER COISA. Você fala que gosta de Neurociência? Positivista. Você diz que acha o corpo importante? Positivista (ó, maldito positivista!). Você diz que o cérebro existe? Positivista, seu positivista! Acho muito triste isto, porque acabo sentindo até medo de conversar com várias pessoas por causa destas reações. Não sou do tipo que lê muito sobre tudo em Psicologia para ter altos argumentos, sem contar que acho a maior gracinha ver cada pessoa da minha turma seguindo seu caminho, e são muitos os caminhos na Psicologia. Odeio Psicanálise, por exemplo, mas tem uma menina de quem gosto muito que está apaixonada pela área e apesar de fazer cara de "blé!" e rir quando ela conta de como acha incrível, fiquei feliz com isto. Ela é tão boa, tão humana, tão esforçada! Olho para ela e percebo que fará boas coisas na sua área. Ela deve sentir naquela área que me apavora a mesma segurança no futuro que sinto ao olhar para a minha. Cada uma na sua, ninguém pior por ir por um lado ou pelo outro.

Não que eu seja uma santinha que respeita o mundo todo e acha que todas as áreas sejam úteis e maravilhosas  — tem umas coisas que me pergunto pra que criaram aquilo. Mas não gosto quando dizem que  não respeito o ser humano, que tiro a beleza da vida (ok, ninguém disse isso), que blá blá blá. Sabiam que também vejo beleza no que faço? Que leio aqueles textos muito mais fáceis da minha área e também os acho lindos? Consigo olhar para aquilo e ver a mudança que pode fazer na vida de uma pessoa, principalmente por elas terem acontecido na minha. E foram boas, gente. Sem contar que eu precisava delas, ah como precisava! Só queria que respeitassem o bem que me fez e o que pode fazer aos outros.

Tinha muito medo de gostar disso tudo (Neuropsi e TCC), mas felizmente tudo se acalmou dentro de mim no 5º período e estou muito feliz. Espero que a Ana também consiga perder o medo de amar o sentir-se segura, já que ela é incrível e será uma psicóloga sensacional assim que entender que tem que respeitar seus próprios desejos. Acho que é sempre difícil se aceitar.

Bom domingo!

Joguei "aceitação" no Google e apareceu isto. Gracinha, não?

Ouvindo: Madhubala, cantada por Ali Zafar e Shweta Pandit. É da trilha do filme Mere Brother Ki Dulhan, por cuja estreia estou cada vez mais ansiosa!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O tranquilo sou eu

MÁMELDEEELS, que semaninha mais cansativa! Um gênio do mal se apossou de todos os orientadores do meu estágio e fez com que eles decidissem marcar treinamentos e reuniões às 7:30 da manhã. Só nesta semana foram três vezes, e terei pelo menos dois treinamentos por semana nesse horário maldito por pelo menos mais umas duas semanas. 

Reclamo, mas ando sentindo uma grande satisfação em...sei lá, estar na minha vida? Ou em ser a minha vida, talvez. Sou privada de muitas coisas, é verdade, mas tenho outras que me trazem sorrisos o suficiente para deixar tudo equilibrado. Hoje está fazendo frio aqui no Rio e este clima me faz muito bem, sinto que deixa mais aguçada a minha percepção das boas coisas. Ele me fez olhar para a Iasmin e a Izabel e sorrir por ter as duas como amigas. Também fez com que eu prestasse atenção à cada segundo de uma aula cujo assunto normalmente não me interessaria, porém eu estava me sentindo tão bem por estar na faculdade que o conteúdo pareceu ótimo. O frio também fez com que tudo o que estava me dando tédio no outro dia parecesse a coisa mais divertida do mundo, tanto que passei o caminho de volta no ônibus sorrindo ao ouvir Sheila Ki Jawani e ansiosa para chegar em casa e mexer no KK-B.

Esta casa, este estar sozinha sem estar solitária, a calma, a felicidade em apenas ver um filminho qualquer, o sorriso ao ver meu cobertor...tudo é meu, sou eu. Já estava sentindo saudades.