domingo, 21 de abril de 2013

Revivescências

Hoje ouvi uma coisa engraçada no curso de formação. ''O paciente só procura terapia quando tudo o que ele fazia para lidar com aquilo deixou de dar certo''. Quase me causou revivescência.

Lembrei de 1 ano atrás, quando decidi que não passaria mais nenhum segundo pensando que as pessoas estavam me achando burra demais, pedante demais, idiota demais, gorda demais, magra demais, chata demais, calada demais, tagarela demais. Sempre demais, sempre sobrando, nunca me encaixando. Lembrei do quanto pensar daquele jeito estava me impedindo de escrever como minhas mãos imploravam, de sorrir como meus lábios pediam, de falar com quem eu desejava, de andar por onde meus pés queriam ir. Lembrei de como tudo aquilo durou e me impediu de realizar a mim mesma, com todas as oportunidades que vieram. Também lembrei de como só consegui fazer o que realmente queria fazer nos breves momentos em que não deixei aquilo me pegar. E lembrei de que tudo aquilo durou anos. E ainda dura, só que não todo dia.

Enquanto escrevo este texto, lembro de todos vocês que ainda não enfrentaram aquilo. Mesmo não conhecendo vocês, digo que ''lembro'' porque nos sentimos de modo parecido. O medo da avaliação, do olhar, da terra nos engolir. A respiração correndo, o soco na barriga, a mente mais acelerada que carro de Fórmula 1. Passa, gente. Chamem de medo, ansiedade, fobia, angústia, aquela coisa na barriga, de qualquer coisa, não deem nome, mas procurem ajuda para enfrentar. Ajuda de dentro de vocês ou de fora. Ou só de dentro. Talvez, de dentro e de fora. Realizem-se.

domingo, 14 de abril de 2013

Nostalgia Day

Domingo de chuva me fez lembrar de outros fins de semana chuvosos de dois, três anos atrás. Dias que passei no computador com gente querida, rindo e conversando. Deu saudades, mas pelo menos dessa vez não teve tristeza. Só saudades mesmo.

Para ler ouvindo: Makeh Bhi.


Memória
Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Conclusão

Depois de um debate incrível, com pessoas incríveis e a percepção de que nunca me senti tão plena, a conclusão: dói desconstruir o mundo diariamente, mas ser feminista é uma delícia. Mesmo que só às vezes.