Não quero fazer lista. Prefiro ir contando o que aconteceu, como isto me afetou ao longo do ano e a influência que tem em minhas novas metas.
Para começar, meu estágio. Nada me fez mais feliz em 2011 que ele. É na área que eu queria, com a professora que eu queria e com a equipe que eu sonhava. Apesar de não ter tido muito o que fazer, acredito que meu desempenho poderia ter sido melhor: li mal os textos do grupo de estudos, que eram fundamentais. No próximo ano terei uma responsabilidade a mais, que é ajudar no artigo de uma das mestrandas. Não parece difícil, mas sei das proezas das quais minha preguiça é capaz e espero conseguir superá-la para poder ser de boa ajuda para a menina. A Psicofisio também deve começar a ter atividades e só eu sei o quanto acho aquilo complicado. Espero conseguir organizar meus horários para estudar bastante.
E uma coisa que espero ansiosamente mas também é um dos meus maiores medos vai chegar: apresentações em mostras e/ou congressos. Provavelmente terei de apresentar algo ao menos na Jornada de Iniciação Científica, e sinto náuseas só de me imaginar falando para uma banca julgadora. Na mostra de TCC, desafio também tenso: falar ao microfone para um auditório interessado. Me conheço e sei que desmaiarei vinte vezes antes, mas não deixarei de encarar nenhuma das duas possibilidades, caso se concretizem. Então, o que desejo é...sorte, muita sorte para mim. E coragem.
Você está intimada a passar mais um ano com a gente! |
Bollywood. Estou legendando um filme chamado Ra.One e há uma espécie de piadinha nele sobre o coração ser a maior força e também a maior fraqueza dos personagens. Bollywood é meu coração. Ao mesmo tempo em que me deixa mais questionadora, curiosa e me põe mais em contato com pessoas, o tempo que gastei vendo/lendo sobre filmes indianos em 2011 foi além do absurdo. Legendei onze filmes e meio (uma legenda foi dividida com uma amiga), escrevi 34 resenhas, vi 113 filmes, li blogs quase diariamente. Sei que isto não é saudável, mas a coisa só piorou desde que conheci a velha Bolly. Além de me manter ciente do que está acontecendo na nova, quero ver tudo de antigamente. E sinto que piorará mais agora que conheci melhor as outras indústrias de cinema indiano: Kollywood, Tollywood, Punjwood. O ano ainda nem acabou e já estou sonhando com Talaash (Aamir, Bebo e Rani), o novo do Shahrukh dirigido pelo Yash Chopra e tendo a Katrina ji como mocinha, a volta do Saifu em Agent Vinod, o novo do Ayan Mukerji. Ou seja, já comecei a me ocupar antes do tempo. Não sei como, mas preciso parar um pouco com isso. Sei que é amor demais, mas 2012 será meu penúltimo ano de faculdade e preciso acelerar um pouco meu crescimento profissional.
Pensei agora que a melhor solução é desacelerar em uma das duas frentes: blog ou filmes. Sinto que meu pobre bloguinho (o Deewaneando) será o mais sacrificado. Não tem problema, já que o único fim dele é a diversão, não pode me atrapalhar. Ah, uma pequena observação: acabei de fazer aquelas "estatísticas" do parágrafo anterior, nem eu tinha notado o quão intenso meu ano tinha sido, bollywoodisticamente pensando.
Ainda no assunto blogs, estou muito satisfeita com o Eu Desatinei em 2011. Dando uma olhada por cima no arquivo, neste ano não fiz muitos posts, porém a maioria deles tinha um conteúdo mais significativo que os do ano passado — que foi repleto de posts com uma linha e poucas explicações. Gostei muito de dois em particular, o Perspectiva, cadê? logo no início do ano e mais tarde, o Agora, com vocês: meus novos sonhos!. Não os acho sensacionais, mas para mim é muito bonito ver registrado a passagem de uma pessoa sem chão em janeiro para outra que estava feliz descobrindo para onde ir em julho.
A parte ruim foi não ter conseguido passar muito tempo nos blogs das minhas amigas, especialmente nos da Nina e da Carlinha, dos quais já perdi tanto. Seria muito fantasioso da minha parte dizer que lerei todos os posts em 2012, mas vou me esforçar para ler pelo menos uns dez posts, poxa. Sinto saudades.
Achei essa imagem no PC e ri. |
Relacionamentos...hehe. 20 anos e nunca tive nada além de uma relação platônica com o George Clooney. Quanto a isto, não tenho o que planejar e nem saberia como fazê-lo. Não entendo a lógica dos relacionamentos, mas acredito que ficar planejando "pá, nesse ano vou namorar!" não dá certo. Tem que estar lá, deixar rolar, ver no que dá e quem surge. E eu nunca me dei este tipo de abertura para deixar acontecer. Continuo não sabendo o que fazer e ainda acho que nada vai acontecer, mas vou ficar olhando. Já é muita coisa eu ter passado da menina do "amor para toda a vida" para a do "uma vida e tantos amores quanto nela couberem!". Não estou num momento pa-pa-party everyday, mas acho que as pessoas realmente devam se divertir. A vida é só esta aqui e isto já é coisa pra caramba!
Li pouco em 2011, comparado ao número de livros de literatura que lia antes. Só que não acho mais que isto seja um problema, como pensava há pouco tempo. Li muitos blogs, eles também tem muito valor. Também li artigos científicos, textos de disciplinas, notícia de jornal, tweets...ao invés de me culpar por "ler pouco", expandi meu conceito de leitura. Dá para aprender alguma coisa em todo lugar, e eu sei bem o quanto aprendi lendo blogs. O Escreva Lola Escreva, por exemplo. Talvez tenha sido a leitura de maior impacto na minha vida este ano ("TALVEZ?", diria minha mãe, saturada de conversas sobre machismo). Para vocês verem: depois de muito medo inicial, comecei a me assumir uma pequena feminista e a me sentir tão mais livre! Antigamente eu pensaria "Nossa, esse blog é tão bom! Por que não é um livro?". Agora penso: "Nossa, tem tanta gente boa escrevendo por aí! Onde posso encontrar mais boas indicações de blogs para ler?". Expandir, expandir...
Um ponto muito ruim de 2011 é que fui muito impaciente com minha família e sinceramente, não acredito que vá conseguir mudar muita coisa em 2012. É tanta desorganização, desespero, repetição de erros de anos...tudo que não suporto. Só que ao invés de ir lá, reclamar e tentar montar soluções, como venho fazendo há anos, pela primeira vez deixei para lá. Ando tão cansada fisicamente, sentindo tantas dores, sabem? Comecei a achar injusto ter de compartilhar de tanto peso desde tão cedo, peso este que poderia ser aliviado com esforço, organização e muita paciência para fazer as coisas mudarem. Já me enrolaram até quando eu nem sabia o que estava acontecendo, criando complicações que não consigo resolver até hoje. Por pouco tempo que fosse, eu queria ficar na minha. Em paz, dormindo e cuidando das minhas questões. Ouvi que sou egoísta, anti-social, só faltava dizerem que sou ingrata. Não foi legal ouvir este tipo de coisa, não. Já chorei. Mas, diferentemente de antes, não foi muito. Só sei que no sacrifício e esforço, estou fazendo minha vida mudar e meus planos acontecerem. Nada disto seria possível sem a ajuda deles. Só queria que percebessem que toda a força que me dão pode se voltar para suas próprias vidas, que as coisas também podem dar certo para eles. Não sei o que vai ser da gente em 2012.
Meus amigos: eu os adoro, todos sabem. Mas, exceto pelo Pedro, por Klô e pela Izabel, não tive um ano dos melhores com o resto. Mal vi a Flávia, já que agora a maioria das matérias que fazemos é eletiva e ela vai para as suas teorias psicanalíticas enquanto abraço minhas TCCs. E sinto uma falta dela! É uma das minhas poucas amigas que não só entende, como compartilha do meu humor estranho. Minhas amigas da escola, a mesma dificuldade. A que mais magoa não só a mim, como a todas as outras, é Beu. Ela não apenas sumiu, como não faz a menor questão de demonstrar um pouco de presença que seja quando a oportunidade se apresenta. Mal responde nossos recados, e toda vez que se lembra de nós, é para falar do passado, de "como éramos felizes". É dela que mais sinto falta e acho que vai ser assim pra sempre. É minha melhor amiga, era de se esperar que doesse tanto. O Felipinho foi alguém em quem quis dar um tiro às vezes (credo, eu sei) e nem é tão meu amigo, mas desejo que consiga atingir uma sensibilidade maior para com os outros e consigo mesmo. Eu também já fui meio robótica como ele e o problema me parece ser falta de afeto, de deixar-se levar uma vez ou outra. Se ele não tivesse tanto medo de perder o controle e deixar de ser tudo aquilo que considera como bom, veria que há muito mais na vida do que ler tudo para entender as pessoas sem delas se aproximar. Espero, de todo o coração, que um dia ele consiga ver mais.
Com a Isa não tive um ano muito difícil, mas bem afastado devido ao vestibular dela e meu estágio. Ressignificando, foi até um ano bom com ela. Parece que nossas conversas cresceram depois do episódio "você cria as coisas sem mim, sai do status quo e eu quero tudo como sempre foi". Estamos aceitando mais que as coisas mudam e a gente tem que encarar essas mudanças de frente, ver o que podem trazer de bom. O Ibirá, tadinho, desapareceu tanto que aconteceu o mais perigoso em uma amizade: deixei de sentir saudades, realmente me acostumei à ausência. E confesso que nem estou incomodada, só constatando os fatos mesmo. Me apeguei muito à Lilian e à Jo, minhas companheiras da "janelinha" e moderadoras lá da comunidade de cinema indiano no Orkut. Como disse a Jo, sempre há uma resposta. Uma nunca deixa a outra na mão. Vou parar de falar disso ou começo a chorar em breve, hahahahahah! Estou muito emotiva hoje.
Para 2012: preciso fazer novos amigos, talvez na "vida real". Como pretendo continuar extremamente caseira, nem sei como isto vai acontecer. Talvez eu comece a andar mais pelo campus, ver o que e quem tem por lá. Na internet, estar presente para os meus amigos. E quem me ensinou a importância dessa presença foi a Jo.
Ufa! Estou cansada, meu plano não era fazer um post tão longo. Foi uma análise de ano mais profunda do que eu esperava, estou me sentindo tão "descarregada", como dizem alguns! 2012 pode ser o ano em que o mundo acabe (hehe), mas reparei que não tenho medo de as coisas terminarem repentinamente. Gosto de quem sou, do que vivi, de quem conheci, dos lugares por onde passei. Tive muita sorte nesta vida por ter nascido em uma família que me ama tanto e por ter amigos que não se importam apenas com minha opinião, como também com meu bem-estar. Não dá para ser feliz completamente e acho que eu nem gostaria disso, já que a tristeza — mesmo que por coisas bobas — me ensinou bastante. É claro que tudo poderia ser melhor (principalmente no lado financeiro!), mas prefiro dizer que poderá. Minha vida não acabou e vou usar de tudo o que eu tiver para fazer dela melhor e cumprir meus objetivos — alguns, em andamento há tantos anos. Às vezes ficamos por aí dizendo aos outros que podem contar conosco, o que é bom. Mas bom também é um exercício que faço: deixar claro a mim que também posso contar comigo, que estou aqui por mim. Main hoon na.
Ná, não canso desta imagem! |
Um ótimo 2012 para todo o mundo!