nightmare-anny |
Na quinta passada tive uma sessão de terapia extremamente difícil na qual encontrei com uma parte minha que eu nem sabia que precisava ser visitada. Era a eu de seis anos de idade, que precisava ser validada e ouvida, talvez até mesmo protegida. Naquele mesmo dia um dos meus melhores amigos, que sumiu há quatro anos sem muito motivo, veio falar comigo novamente. No dia seguinte estava em um curso e fizemos um exercício que mais uma vez me reconectou com partes minhas, daquela vez com a minha menina dos doze anos. Ontem encontrei sem querer um arquivo na internet que continha meu blog da adolescência, aquele do Blig que larguei ao vir pra cá.
Todos esses contatos com partes minhas têm me deixado muito emotiva, bem mais que o esperado. Durante muitos anos vi minhas figuras do passado como versões minhas que eu deixaria para trás na minha caminhada para ser alguém melhor. Depois vi essas mesmas figuras como partes necessárias para eu ser quem sou. Nas duas diferentes visões havia uma ideia de superioridade da versão atual em relação às antigas, mais burras, mais feias, mais descartáveis. Só que após essas experiências, uma nova realidade apareceu para mim: todas aquelas meninas eram incríveis, completas e maravilhosas por si mesmas. Trabalhar com adolescentes, meu público favorito, costuma me dar a percepção de que as famílias os veem como adultos em formação e muitas vezes eles têm essa mesma pressa de abandonar seus eus atuais para mergulhar de cabeça no futuro, mas a verdade é que eu os amo como são. Amo suas confusões, certezas e buscas. Reler meu blog dos 16 anos me fez ter pela primeira vez esse olhar de profundo amor que tenho para os meus adolescentes para comigo mesma e viver isso está sendo muito forte. Eu amo aquela menina por tudo que ela é, incondicionalmente. E não é um esforço fazer isso, esse amor vem e flui naturalmente como respirar. Um amor leve.
Pois bem, estou de volta. Ao meu blog e para mim mesma.
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