8 dias, muitas horas e vários minutos: é o tempo que falta para eu ser psicóloga. Psicóloga. O som é delicioso. Não mais estudante de Psicologia. Não mais "a amiga que faz Psicologia", "minha filha, que estuda Psicologia" ou a "minha sobrinha, estudante de Psicologia". Só psicóloga.
Acho que nunca encarei um caminho tão aberto na minha vida. Posso fazer tudo e nada. Não há planos organizados e detalhados, como sempre houve para mim. Não há emprego ou pacientes me esperando; apenas a certeza de que perseguirei a carreira clínica. Opa, esqueci de outra certeza, maior que tudo: amo o que faço. O ponto principal para a escolha de uma carreira universitária foi permitir que eu ajudasse às pessoas. Não há dúvidas de que encontrei isso na Psicologia. Para além do curso em si, encontrei muito mais. Amigos leais, teorias maravilhosas, a miséria e felicidade do ser humano no encontro com cada paciente. Foi doloroso e maravilhoso ao mesmo tempo. Talvez seja por isso que esteja escrevendo isto alternando sorrisos e lágrimas. Aprender a apreciar a dor e a alegria é gostar, basicamente, de viver. Não fui à uma choppada e continuo passando minhas sextas-feiras deitada com meus livros, mas aprendi a amar a vida. Parece que a gente não tem que virar do avesso para se transformar, afinal.
A lista de agradecimentos da minha monografia ficou enorme e ainda não deu conta de todos que já fizeram algo por mim durante a faculdade. Família, amigos, colegas, gente que só vi uma vez, gente que fez algum comentário que me fez pensar: muito obrigada. Neste momento, a gratidão é maior que o medo do futuro ou a felicidade pelo presente. Obrigada por terem feito parte da minha formação como psicóloga e como pessoa. Todos vocês são co-responsáveis pelo que acontecerá em 8 dias, inúmeras horas e incontáveis minutos.