sábado, 1 de outubro de 2011

Alguns filmes e reflexões

É de conhecimento geral que passo quase todo o meu tempo livre vendo filmes indianos, mas ando checando alguns filmes ocidentais (muitas comédias românticas) e tirando algumas impressões. Mega resumidamente, o que acho dos últimos vistos:

- Esposa de Mentirinha (2011)
O Adam Sandler estava com cara de quem estava ali para curtir o Havaí ao invés de fazer um filme, todo relaxadão. A Jennifer Aniston estava com aquela expressão séria de sempre (acho que ela tem cara de triste), mas gosto muito dela. A personagem dela finge ser ex-esposa do personagem dele, não queiram saber o porquê. O que tivemos foi um desfile patético de clichês como "a amiga que o cara não notava que era  gata", "o herói encantando a mulher divorciada ao demonstrar carinho pelos filhos dela", as cenas de crianças precoces que discutem como adultos e o discurso de amor básico. Não tenho nada contra clichês, mas...saibam usá-los. O pior do filme foi o primo do Adam Sandler, que ficava gritando e caindo...acho que era para me fazer rir.


-Eva Perón: A Verdadeira História (1996)
Não entendo nada do peronismo e por causa dos comerciais de Evita, sempre quis saber mais sobre a Eva Perón. Pensei que um filme do país de origem da personagem fosse melhor para começar do que um musical da Madonna e acho que fiz o certo. O filme não conta a história da Eva linearmente - começa mostrando seu último ano de vida e ocasionalmente mostram-se alguns flashbacks que explicam mais ou menos como uma filha bastarda/atriz acabou se tornando a primeira-dama mais memóravel da Argentina. Gostei muito da atuação da Esther Goris, porém saí com a impressão de que o filme foi feito mais para intensificar o mito da grande Evita do que para explicar Eva, a mulher. A impressão ficou mais forte na cena final, em que ela dramaticamente morre implorando ao marido que se úna aos pobres, pois somente estes não o abandonarão. Queria saber se a energia passada pela Esther foi fiel à da Eva. A imagem de mulher com muita garra e fibra foi reforçada em cada cena.

Obs: estou vendo umas fotos da Eva e ela era tão linda!

-Onde Está A Felicidade? (2011)
MELDELS, sofri demais. Depois de tanto tempo sem ir ao cinema, acabei gastando meu dinheiro com a comédia mais sem-graça que vi em muitos meses (tanto que nem lembro de pior que essa agora). A Bruna Lombardi estava tão ruim que eu não conseguia parar de comentar isto com a minha amiga. Chegava a dar pena vê-la tentando fazer as (péssimas) piadas do roteiro. Por falar no roteiro...eca. Não sei quem teve o brilhante insight de que palavrões são as coisas mais engraçadas ever, mas ele claramente foi aproveitado. As sequências com diálogo nonsense + piada horrível terminada em palavrão para o público rir devem ter sido umas quinhentas.


-Ele Não Está Tão A Fim De Você (2009)
Como minha mãe me convence a procurar essas coisas? Muitos personagens e pouca história para cada um. Meu maior problema com este filme é que a personagem mais irritante do mundo, Gigi, comportava-se como uma louca e era extremamente irritante. Acho que era para ser engraçado, mas...adivinhem! É, não ri de novo. Se apenas ela não ser engraçada fosse o problema...no final a moral da história foi que a maluca estava "certa" porque ao contrário do outro rapaz lá que do nada se apaixonou por ela,  a criatura se arriscava a quebrar a cara no amor. Sério, gente? A menina juntou indícios que eram qualquer coisa menos evidências de que o carinha estava apaixonado por ela, partiu para cima inesperadamente, foi rejeitada porque ele obviamente achava que não tinha dado sinal de amor nenhum e ELA está certa porque pelo menos se arrisca? Não funcionou para mim.

Lado bom: a personagem da Jennifer Connelly deixando de se culpar por ter sido traída pelo marido e percebendo que passar um tempo consigo mesma talvez fosse o que precisava depois de tanto tempo vivendo por outra pessoa. E também foi bonita a lição de flexibilidade do casal Jennifer Aniston-Ben Affleck.Por falar nele, uma vez li uma frase em que ele dizia que sua cabeça parecia com aquelas estátuas de pedra da Ilha de Páscoa e não consegui esquecer. Contei isto à minha mãe logo na primeira cena dele e toda vez que ele aparecia, ríamos e comentávamos que não dava para não pensar nisto.

-Harry e Sally - Feitos Um Para O Outro (1989)
Amei, amei, amei este filme. Posso escrever de novo? Amei, amei, amei! Finalmente entendi o porquê de ser um filme tão aclamado: é simples, com diálogos incríveis e confirmou a certeza que manifestei no último post: adoro a simplicidade do cotidiano, isto é mágico para mim. Uma coisa muito legal é que ao longo do filme são mostrados pequenos depoimentos de casais de velhinhos contando como se apaixonaram, e todas as histórias são de amor à primeira vista, ou seja — opostas à do Harry e da Sally. Eles não se deram bem quando se conheceram, mas não é aquele "ódio cheio de amor" dos filmes mais clichês. É apenas não gostar de alguém, como acontece tantas vezes com todos nós. Depois de vários anos é que conseguem se tornar amigos, quando a maturidade já falava mais alto e os dois finalmente tinham algo em comum (haviam terminado relacionamentos recentemente). Adorei os personagens sem querer ser como nenhum deles e nem viver aquela história, então foi tudo muito convincente. Também pode provocar umas boas discussões sobre nossas visões a respeito de homens e mulheres. Aprendi com este filme como deve ser uma comédia romântica. Assistam!

Obs: a Meg Ryan era tão linda antes das mil coisas que fez no rosto...

-Manhã de Glória (1933)
Estou com dificuldades para me lembrar dele agora, mas recordo de ter achado os olhos da Katharine Hepburn muito expressivos. A história sobre uma atriz que acreditava muito em seu potencial não me cativou muito, mas o rapaz que gostava dela era adorável. Nas cenas iniciais fiquei pensando em quantas pessoas acham que confiança é a única prova necessária de seus talentos. Não, pessoas. Vão estudar e praticar! A cena final me assustou, apesar de este não ser o objetivo dela.

A cena em que ela interpreta Julieta mesmo bêbada em uma festa me deixou muito apreensiva pela personagem, mas adorei o quanto ela arrasou. Os olhos me prendendo novamente...

Como veem, andei apostando muito em comédias românticas e quebrando a cara fortemente com elas. Também vi Tudo Acontece em Elizabethtown e 500 Dias Com Ela, mas já cansei de comentar e ficarão para depois (ou não). A conclusão é que preciso ver melhores filmes com urgência.

Ouvindo: The State I Am In , de Belle & Sebastian.

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