Eu já havia ouvido várias pessoas falando sobre um tal momento da vida em que você já conseguiu tudo o que queria e não sabe mais o que fazer. Quando eu era adolescente pode não parecer, mas há uma diferença enorme na vida entre os 15 e os 19 anos , achava que isto aconteceria com qualquer um, menos comigo. Humilde do jeito que eu era, pensava que este tipo de pensamento era para gente que não pensava o suficiente a respeito do que queria e por isto, não conseguia estabelecer um foco. Bem, então imaginem só qual não foi meu desespero ao me deparar com a situação que eu considerava tão repugnante.
Não ter mais perspectiva foi uma situação que ocorreu comigo assim que fui aprovada no vestibular e comecei a faculdade. Para quem não sabe, sou estudante de Psicologia há 2 anos. Quando estava me preparando para o vestibular e decidi pelo meu curso, uma das coisas em que mais pensava (e na qual todo vestibulando pensa) era em como eu me estaria dali a alguns anos: eu conseguia imaginar a Carolyne como psicóloga? E mesmo que conseguisse: aquela imagem me agradava? E mesmo que agradasse: ela parecia se sustentar, parecia possível, parecia que eu gostaria daquilo o suficiente para manter a tal imagem? Respondi que sim para essa avalanche de perguntas vestibulandas e pronto, o que eu deveria fazer era estar na faculdade de Psicologia. Na verdade, o "de Psicologia" é que foi a novidade, já que desde criança eu sabia que queria ir para a faculdade. Destino resolvido, lá fui.
Comecei a sentir desânimo para estudar assim que comecei a faculdade. Eu tinha conseguido, uau! Por que raios não estava conseguindo me concentrar? Por que não estava feliz, por que não sorria mais? Gente dos céus, tem coisa pior do que perder a motivação? Já perdi peso, já perdi parentes, já perdi minha saúde...mas nunca senti tanto a falta de algo como sinto da motivação. Era ela que me fazia levantar e ter forças para cumprir meus objetivos. E quando os tais objetivos foram cumpridos e nenhum com a mesma força dos anteriores surgiu, a dona motivação foi embora...às vezes penso que para nunca mais voltar. Acho que o problema foi que ir para faculdade era um alvo muito difícil de ser alcançado. Depois que eu já estava lá, me formar não parecia tão difícil. Era só seguir o ritmo: provas, trabalhos, estágios, formatura. Antes eu tinha de lutar com 10 candidatos por vaga, agora eu só tinha de lutar comigo.
Olha, não sou do tipo que surge com soluções mágicas. Não tenho como chegar aqui e dizer "daí eu fiz isto e deu tudo certo". Na verdade, a minha experiência me mostrou que não tem coisa pior do que se sentir desmotivado numa posição na qual todos acreditam que você deveria estar confiante e feliz. O pior é que o desânimo ainda se mantém — às vezes aumenta muito, em outras fico mais tranquila. O que faço é pensar muito, mesmo. Ter paciência com a Carolyne. No início era difícil estar cercada por tantas pessoas que sabiam exatamente o que queriam e que estavam dispostas a lutar com tudo por isto, mas agora lido muito melhor com elas. Difícil foi me desligar do modo como elas pensavam e viviam ; às vezes eu caía na armadilha de achar que só encontraria o meu caminho sendo como elas. Não as repudiei, assim como também não as copiei. Elas só estão lá como modelos. Não sei qual é o limite entre inspiração e cópia, mas estou em busca dele.
Só queria dizer que o mais importante disto tudo é que não desisto de mim, mesmo tendo pensado nisso uma vez ou outra. Não sei o que quero, mas minha certeza de que quero alguma coisa é tão grande que pelo menos me animo e ir atrás disso, seja lá o que for. Desejar querer algo não é a situação mais fácil do mundo, minha gente..mas todos nós aguentamos a jornada até a descoberta, anotem.
Até um outro dia, luzes do meu dia.
Não ter mais perspectiva foi uma situação que ocorreu comigo assim que fui aprovada no vestibular e comecei a faculdade. Para quem não sabe, sou estudante de Psicologia há 2 anos. Quando estava me preparando para o vestibular e decidi pelo meu curso, uma das coisas em que mais pensava (e na qual todo vestibulando pensa) era em como eu me estaria dali a alguns anos: eu conseguia imaginar a Carolyne como psicóloga? E mesmo que conseguisse: aquela imagem me agradava? E mesmo que agradasse: ela parecia se sustentar, parecia possível, parecia que eu gostaria daquilo o suficiente para manter a tal imagem? Respondi que sim para essa avalanche de perguntas vestibulandas e pronto, o que eu deveria fazer era estar na faculdade de Psicologia. Na verdade, o "de Psicologia" é que foi a novidade, já que desde criança eu sabia que queria ir para a faculdade. Destino resolvido, lá fui.
Comecei a sentir desânimo para estudar assim que comecei a faculdade. Eu tinha conseguido, uau! Por que raios não estava conseguindo me concentrar? Por que não estava feliz, por que não sorria mais? Gente dos céus, tem coisa pior do que perder a motivação? Já perdi peso, já perdi parentes, já perdi minha saúde...mas nunca senti tanto a falta de algo como sinto da motivação. Era ela que me fazia levantar e ter forças para cumprir meus objetivos. E quando os tais objetivos foram cumpridos e nenhum com a mesma força dos anteriores surgiu, a dona motivação foi embora...às vezes penso que para nunca mais voltar. Acho que o problema foi que ir para faculdade era um alvo muito difícil de ser alcançado. Depois que eu já estava lá, me formar não parecia tão difícil. Era só seguir o ritmo: provas, trabalhos, estágios, formatura. Antes eu tinha de lutar com 10 candidatos por vaga, agora eu só tinha de lutar comigo.
Olha, não sou do tipo que surge com soluções mágicas. Não tenho como chegar aqui e dizer "daí eu fiz isto e deu tudo certo". Na verdade, a minha experiência me mostrou que não tem coisa pior do que se sentir desmotivado numa posição na qual todos acreditam que você deveria estar confiante e feliz. O pior é que o desânimo ainda se mantém — às vezes aumenta muito, em outras fico mais tranquila. O que faço é pensar muito, mesmo. Ter paciência com a Carolyne. No início era difícil estar cercada por tantas pessoas que sabiam exatamente o que queriam e que estavam dispostas a lutar com tudo por isto, mas agora lido muito melhor com elas. Difícil foi me desligar do modo como elas pensavam e viviam ; às vezes eu caía na armadilha de achar que só encontraria o meu caminho sendo como elas. Não as repudiei, assim como também não as copiei. Elas só estão lá como modelos. Não sei qual é o limite entre inspiração e cópia, mas estou em busca dele.
Só queria dizer que o mais importante disto tudo é que não desisto de mim, mesmo tendo pensado nisso uma vez ou outra. Não sei o que quero, mas minha certeza de que quero alguma coisa é tão grande que pelo menos me animo e ir atrás disso, seja lá o que for. Desejar querer algo não é a situação mais fácil do mundo, minha gente..mas todos nós aguentamos a jornada até a descoberta, anotem.
Até um outro dia, luzes do meu dia.
As primeiras luzes do meu dia. |